A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, se manifestaram a respeito da opinião popular sobre a falta de confiabilidade das urnas eletrônicas usadas nas eleições brasileiras. Segundo ambas as autoridades, questionamentos sobre a possibilidade de fraudes e violações de sistema são do direito à opinião do cidadão, mas tais temores são infundados.
“Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados”, disse a ministra Rosa Weber.
O ministro Toffoli foi ainda mais enfático, ressaltando que todos os partidos têm acesso a averiguações do funcionamento das urnas antes de qualquer corrida eleitoral. “Os sistemas são abertos à auditagem para todos os partidos políticos seis meses antes da eleição. Também para Ministério Público e para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). [Em 2014] gastaram mais de R$ 4 milhões e chegaram à conclusão de que não houve nenhum tipo de fraude nas eleições”. O ministro ainda comparou a crença de violação das urnas eletrônicas a “acreditar em Saci Pererê”.
Mas dá para invadir ou não?
A despeito do que dizem os ministros, o fato é que houve, em 2015, duas ocasiões em que técnicos conseguiram alterar o funcionamento do sistema das urnas eletrônicas. Inclusive, foram as conclusões técnicas destas situações que levaram à sugestão legislativa do comprovante impresso como uma camada adicional de segurança do voto, aprovada em 2015 mas que não terá validade nas próximas eleições.
O professor Diego Aranha, do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenou duas equipes técnicas que conseguiram o feito. Em depoimento junto à Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado, em março, o professor explicou o processo de suas conclusões:
“(Há cinco anos) demonstramos que era possível recuperar os votos da urna em ordem, sabendo exatamente como votaram o primeiro, o segundo, o terceiro eleitores e assim sucessivamente. (Em 2017) conseguimos alterar mensagens de texto exibidas ao eleitor na urna para fazer propaganda a um certo candidato. Também fizemos progresso na direção de desviar voto de um candidato para outro"
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