terça-feira, 5 de novembro de 2019

MANCHAS DE ÓLEO PODE CHEGAR À FOZ DO RIO AMAZONAS.

Trabalhador municipal ajuda a remover óleo da praia de Paiva, em Cabo de Santo Agostinho (PE).
Recife (PE) — Uma grande busca por respostas e uma corrida contra o tempo para tentar prever um futuro que só depende da vontade da natureza. O movimento dos ventos, o ritmo das correntes marítimas, as marés, todo o conjunto de fatores que levou óleo a 314 localidades no Brasil — número atualizado pelas autoridades responsáveis pelo monitoramento nesta segunda-feira (4) — pode fazer o petróleo chegar a áreas internacionais, como o Caribe. Mas ainda no Brasil, há possibilidade de o material atingir a foz do rio Amazonas. O alerta é de pesquisadores, mas também da Marinha e corroborado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, segundo quem “o pior ainda está por vir”.  
“A corrente do Norte - pouco falada - tem um impacto potencial em estuários tão grande quanto [no arquipélago] Abrolhos [na Bahia] porque ela vai passar por uma região nova de corais, sobre os corais da Amazônia, uma coluna recifal que vai desde o estado do Pará até a Guiana Francesa”, descreve Davi Martins, porta-voz de clima e energia do Greenpeace. “É uma região bastante extensa, turva, de grandes profundidades, que tem recifes e corais a cerca de 120 metros, onde não se esperava que fosse possível”, afirma ao HuffPost.
Essa mesma corrente pode levar o petróleo derramado na costa brasileira ao Caribe, também destacou Martins. “Uma descoberta recente mostrou que talvez seja este o sistema [a corrente do Atlântico Norte] que leve nutrientes para o Caribe. Com a mancha indo para o Norte, passa com certeza por essa nova descoberta riquíssima em termos ambientais, ecológicos e científicos. Se você tem uma mancha que não chegou próximo à costa, mas está na corrente, ela está sendo levada para o Caribe.”

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