segunda-feira, 5 de agosto de 2013

PONTE SALVADOR/ITAPARICA CAUSA POLÊMICA

Apesar das 'dificuldades', projeto da ponte Salvador-Itaparica segue, mas causa polêmica
Custo da obra está estimado em R$ 7 bilhões
A escolha do consórcio formado pelas empresas brasileiras Enescil e Maia Melo e pela dinamarquesa Cowi, selecionado com uma proposta de R$ 22,5 milhões para elaborar o projeto básico de engenharia para a construção da ponte Salvador-Itaparica, obra com custo previsto de R$ 7 bilhões, já gera polêmica. Para a arquiteta e urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ângela Gordilho, antes de decidir por um projeto desse tipo, de tal complexidade e tamanhos custos, outras alternativas viárias pela região do Recôncavo deveriam ser estudadas pelo governo do Estado. Uma delas, segundo a especialista, seria o sistema férreo. "Esse sistema é utilizado por várias cidades do mundo contemporâneo e, provavelmente, seria muito mais barato, considerando que o país já tem bases de estruturas férreas definidas”, afirmou em entrevista ao jornal A Tarde. Um outro ponto que deve ser observado, de acordo com a urbanista, é a prioridade de investimento. "Uma pesquisa acadêmica feita em 2008 mostrou que era preciso um valor estimado de R$ 2,5 bilhões para desenvolver o plano habitacional de Salvador. Precisamos saber o que é mais importante: resolver o déficit de moradias de toda a cidade ou construir uma ponte, que atenderá um grupo pequeno de pessoas?", questionou. Para o pesquisador Paulo Ormindo, que tem se revelado um ferrenho crítico do projeto, os impactos também devem ser levados em conta. "A construção da ponte e da Linha Viva (BA-001) vão provocar problemas no tráfego marítimo, engarrafamentos na ilha e em Salvador, além de destruir matas primárias e provocar a remoção de famílias", apontou. O pesquisador ainda salienta que, em termos culturais, a obra vai marginalizar ainda mais o Recôncavo tradicional, com cidades históricas, festas populares e artesanato. "O ideal seria construir um arco rodoferroviário para integrar salvador aos demais municípios, ao Centro Industrial de Aratu e ao Complexo Petroquímico de Camaçari", sugereiu. Já o secretário estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, a obra de construção da ponte que pretende ligar a capital à ilha e ao Recôncavo baiano trará benefícios significativos à população, pois, segundo o chefe da pasta, reduzirá em até 200 km o percurso que os veículos fazem na direção sul-norte e tornará a economia da região mais dinâmica

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