quarta-feira, 14 de março de 2018

LAVAGEM DE DINHEIRO ENVOLVE ATÉ BITCOINS

Pixabay
A Polícia Federal identificou nesta semana a primeira operação de lavagem de dinheiro envolvendo moedas virtuais do país. De acordo com investigadores da nova fase da operação Lava Jato, suspeitos de integrar um esquema de frade no fornecimento de pães para detentos de cadeias estaduais teriam movimentado cerca de R$ 300 mil em bitcoins.
Luiz Henrique Casemiro, superintendente-adjunto da 7ª Região Fiscal da Receita Federal, explica que foram realizadas pelo menos quatro operações com a moeda. “As pessoas estão tentando sofisticar de alguma forma, talvez tentando voar abaixo do radar da Receita Federal, do Banco Central e do Coaf. Talvez um teste ainda. É uma forma de receber dinheiro no exterior usando um instrumento que não é regulado na maioria dos países”, explica.
Entenda
A nova fase da Lava Jato recebeu o nome de Operação Pão Nosso. Ela investiga o desvio de verbas no Pão-Escola, projeto de ressocialização dos presos. O esquema, descoberto no ano passado, envolvia a empresa Induspan, que cobrava da administração pública duas vezes pelos produtos. Primeiro pelos insumos necessários para produzir os pães, tarefa dos presidiários, que forneciam mão de obra a baixo custo para a companhia.
A mesma Induspan fornecia lanches para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, a SEAP, cobrando acima do valor de mercado. O contrato foi rescindido, mas a prestadora de serviços seguinte, a OSCIP Iniciativa Primus, continuou com o esquema.
Na manhã desta terça-feira, 13, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão de suspeitos de envolvimento no caso, incluindo o ex-secretário César Rubens Carvalho, o delegado Marcelo Martins, da divisão de Polícia Especializada do Rio de Janeiro, e o empresário Carlos Felipe Paiva, que seria o responsável pela Induspan.
O esquema teria desviado pelo menos R$ 44 milhões dos R$ 73 milhões previstos nos contratos.

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