sábado, 1 de setembro de 2018

CANDIDATOS À PRESIDENTE APOSTAM NO NORDESTE.

Outdoor de campanha do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, em Garanhuns (PE) 
 - A provável inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a incerteza sobre a capacidade do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad de absorver o voto lulista têm levado rivais a sonharem com um desempenho acima do inicialmente esperado na Região Nordeste.
Lula é considerado até mesmo por adversários imbatível na região, que deu ao PT vitórias expressivas em todas as eleições presidenciais desde 2002, mas sua provável ausência da disputa e o fato de não fazer campanha por estar preso desde abril, somado ao desconhecimento de Haddad no Nordeste, colocam um fator de incerteza no resultado eleitoral deste ano sem, entretanto, abalar o favoritismo petista.
"A gente tem o desafio de ter um desempenho superior ao da eleição passada. Não é uma coisa impossível", disse à Reuters o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), coordenador da campanha do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin.
Em 2014, Aécio Neves (PSDB) obteve 15,4 por cento dos votos válidos na região no primeiro turno. Já no segundo turno, o tucano ficou com 28,3 por cento dos votos válidos no Nordeste, enquanto a petista Dilma Rousseff se reelegeu depois de conquistar 71,7 por cento dos votos nordestinos.
"Se Lula fosse candidato, fatalmente seria mais difícil. Haddad é um ilustre desconhecido na região. Se soltar ele na rua na Bahia, ninguém sabe quem é", acrescentou.
Embora ACM Neto tenha reconhecido que a campanha de Alckmin não tem um foco específico no Nordeste, o tucano iniciou sua pré-campanha em junho com visitas às duas maiores festas de São João: Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, duas cidades comandadas por prefeitos tucanos.
A campanha de Alckmin, disse ACM Neto, também elabora propostas específicas para o Nordeste e o próprio candidato, que na semana passada foi a Petrolina (PE) fazer evento de campanha e gravar programa eleitoral, tem afirmado que, se eleito, priorizará investimentos públicos na região. Nesta sexta e no sábado o tucano tem agenda no Ceará.
Alckmin ainda patina nas pesquisas, especialmente no Nordeste. De acordo com levantamento do Datafolha, nacionalmente o tucano tem 9 por cento das intenções de voto no cenário sem Lula e, nesta mesma hipótese, soma apenas 5 por cento no Nordeste. Ele aposta na campanha no rádio e na TV, onde terá o maior tempo de exposição para crescer.
Uma liderança tucana nordestina, que falou sob condição de anonimato, no entanto, avalia que Alckmin deveria deixar o Nordeste de lado neste momento e se concentrar em garantir a vitória "em casa", nas Regiões Sul e Sudeste, especialmente, em São Paulo, onde as pesquisas o colocam numericamente atrás de Jair Bolsonaro, do PSL, ainda que em empate técnico.
"Alckmin tem que fazer o dever de casa em São Paulo. Em 2014, quem derrotou o Aécio não foi o Nordeste brasileiro, foi Minas", disse essa fonte, lembrando da derrota do então candidato tucano em seu Estado natal.
"Acho que o Nordeste ele tem que cuidar no segundo turno, se ele chegar lá, se Deus quiser.

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