quinta-feira, 19 de junho de 2014

RECESSO ANTECIPADO NO CONGRESSO NACIONAL


José Pimentel e Vital do Rêgo, na reunião da CPI da Petrobras no Senado: cinco presentes e ataques a José Jorge, do TCU (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
José Pimentel e Vital do Rêgo, na reunião da CPI da Petrobras no Senado: cinco presentes e ataques a José Jorge, do TCU

Copa do Mundo, campanha eleitoral nos estados e véspera de feriado. Fórmula perfeita para a gazeta oficial dos senadores e deputados. Não deu outra. Ontem, mais uma vez, os corredores e plenários do Congresso Nacional ficaram vazios. Pela manhã, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados adiou para a próxima quarta-feira o depoimento de sete testemunhas do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso em março durante a Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Além do presidente e do relator, apenas dois deputados compareceram. À tarde, a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista que apura irregularidades na Petrobras foi cancelada por falta de quórum.

Antes do início do Mundial, o planejamento da Câmara previa oito sessões deliberativas — aquela em que há análise de matérias. Já o Senado planejou quatro reuniões. A promessa não será cumprida. O pior: durante a competição, o contribuinte brasileiro desembolsará R$ 727,8 milhões para custear o Congresso vazio.

Na manhã de ontem, o relator do processo contra André Vargas no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), aproveitou o baixo número de presentes para se promover. “Eu estou aqui. Eu também gosto de Copa do Mundo e de festas juninas. Acordei hoje às 3h30 da manhã para pegar um voo. Fiz a minha parte”, afirmou. Às 11h, o presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), abriu a sessão.

Das sete testemunhas convidadas por Delgado, apenas três comunicaram que não poderiam comparecer: Bernardo Tosto, dono do jatinho que teria sido usado por Vargas em viagem de férias com a família para João Pessoa; o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que teria intermediado as negociações com o laboratório Labogen; e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A pedido de Tosto, o colegiado concordou que ele preste os esclarecimentos por escrito. O presidente do PT, Rui Falcão, o líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho (SP), e os donos do Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, não justificaram a ausência. Delgado comunicou que o doleiro Alberto Youssef será ouvido em 1º de julho, às 11h, por meio de videoconferência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário