segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ALIADOS DE DILMA APOSTAM NA SAÍDA DE EDUARDO CUNHA

Marcelo Camargo/Agência Brasil


Mesmo com a ameaça do impeachment ainda no radar político — o Supremo Tribunal Federal retomará os trabalhos na primeira semana de fevereiro e deverá publicar o acórdão da decisão do plenário sobre o tema — a presidente Dilma Rousseff viverá nesta semana uma etapa decisiva para a retomada da confiança do mercado. Na próxima quinta-feira, será ressuscitado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), batizado de Conselhão, reunindo empresários, banqueiros, sindicalistas, representantes de movimentos sociais e artistas.

Em processo de reaproximação tímido com a presidente Dilma, o vice-presidente Micher Temer não participará do Conselhão. Preocupado com a convenção nacional do PMDB, marcada para março, o vice-presidente prosseguirá com as viagens pelo país para tentar consolidar a própria manutenção na presidência da legenda. No dia do Conselhão, ele estará no Paraná e em Santa Catarina ao lado do presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco.

Antes do Conselhão, Dilma estará no Equador, participando da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), um grupo criado pelo ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para funcionar como uma Organização dos Estados Americanos (OEA), sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá e com a participação de Cuba. A criação da Parceria Transpacífica, liderada pelos Estados Unidos e Japão e que atrairá a adesão de Chile, Colômbia e Peru e a reaproximação diplomática de americanos e cubanos tende a diminuir o poder político do bloco.

No campo político, o Planalto aposta no afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — que deve ser apreciado a partir de 14 de fevereiro — para estabilizar a base no Congresso Nacional. A Corte retomará os trabalhos na semana anterior ao carnaval, com sessões plenárias na quarta e na quinta-feira, dias 3 e 4 de fevereiro. Há um pedido encaminhado ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, propondo o afastamento. Entretanto, a partir da retomada dos trabalhos, em 1º de fevereiro, Cunha tem 10 dias úteis para apresentar a defesa.

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