domingo, 13 de novembro de 2016

A ERA DAS INCERTEZAS NO MUNDO


Quando Donald Trump anunciou, em julho de 2015, que disputaria as primárias dos republicanos para a escolha do candidato do partido à Casa Branca, suas pretensões presidenciais foram ridicularizadas pelos editores do Huffington Post, um dos principais sites de notícias políticas dos Estados Unidos, com inclinação pelo Partido Democrata e linha editorial mais à esquerda. Eles anunciaram que a cobertura da campanha do bilionário da área de incorporação imobiliária e ex-apresentador de reality show na TV não entraria na seção de política, mas sim na de entretenimento. Cinco meses depois, quando Trump passou a liderar as primárias, a dona do site, Arianna Huffington, engoliu as próprias palavras e anunciou a volta da cobertura de sua campanha para a editoria de política – um sinal eloquente de que a candidatura deixara de ser uma piada.
A anedota é ilustrativa de como a surpreendente e espantosa vitória de Trump nas eleições presidenciais americanas, na madrugada histórica da quarta-feira dia 9 de novembro, foi uma derrota – humilhante – do establishment político dos Estados Unidos e da plêiade de líderes partidários, consultores, gurus, lobistas, especialistas em pesquisas e jornalistas que circulam por Washington. Ao derrotar a democrata Hillary Clinton, ex-secretária de Estado e mulher do ex-presidente Bill Clinton, Trump, um legítimo outsider, quebrou todas as regras do que se imaginava que um candidato deveria fazer para conquistar a Casa Branca. A convenção que o consagrou candidato do Partido Republicano foi pobre e mal organizada, sua campanha foi caótica e gastou pouco mais que 60% do dinheiro dispendido pela de Hillary, suas propostas não foram além de alguns bordões contra as elites, a globalização e os imigrantes. Todas resumidas no slogan “America First” (os Estados Unidos em primeiro lug

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