sábado, 26 de novembro de 2016

O NOVO DERRUBA O BRASIL ANTIGO

Marcelo Calero ex ministro da Cultura (Foto: Alan Marques/ Folhapress)
Marcelo Calero entrou no governo Michel Temer no final da montagem, meio por falta de alternativa. O plano inicial era extinguir a Pasta para reduzir o número de ministérios num primeiro sinal de austeridade fiscal, mas os protestos da classe artística foram crescendo e assustaram o presidente recém-empossado. A gritaria foi tamanha que o presidente voltou atrás. Marcelo Calero, advogado de formação, diplomata de carreira, jovem, foi indicado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Sem nenhuma experiência na política em Brasília, Calero virou ministro da Cultura. Agora, se pudesse voltar atrás, talvez Temer tivesse enfrentado os protestos de artistas e mantido a decisão de extinguir a Cultura.
Calero fez história na sexta-feira (dia 18), quando pediu demissão e saiu atirando. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Calero acusou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, do PMDB, de pressioná-lo para mudar uma decisão de Estado. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), subordinado à Cultura, embargara a construção de um certo edifício La Vue em Salvador, na Bahia. O plano era encravar um prédio de 30 andares perto do Farol da Barra. Mas o Iphan permitiria a construção de apenas 13 pavimentos. Dono de um compromisso de compra de um apartamento avaliado em R$ 2,6 milhões no La Vue, Geddel queria a liberação da obra por completo. De acordo com Calero, Geddel procurou-o várias vezes. No mês passado, protestou que o Iphan não liberava o empreendimento. “E aí, como é que eu fico nessa história?”, disse Geddel, segundo Calero. Geddel disse que o colega deveria intervir no Iphan e ameaçou levar o caso ao presidente Michel Temer caso não fosse atendido. A pergunta de Geddel foi respondida na sexta-feira (dia 25). Ele teve de pedir demissão, ir embora do governo, para preservar Temer

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