Deputado federal e filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PSL) afirmou que “ninguém conhecia quem era a vereadora Marielle Franco antes dela ser assassinada” ao ser questionado sobre o envolvimento de sua família com ex-policiais.
Seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro contratou para seu gabinete da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) parentes de milicianos suspeitos de integrarem a milícia de Rio das Pedras. O caso veio à tona durante as investigações de repasses financeiros suspeitos envolvendo contas de Flávio quando ele ainda era deputado estadual pelo Rio.
Na avaliação de Eduardo Boslonaro, há um “desespero” para relacionar a execução de Marielle com a família Bolsonaro.
“Eu não tenho nenhum envolvimento com a milícia. Qual envolvimento vão falar? Foto de Jair Bolsonaro? Ele tira 1 milhão de fotos por ano com todo mundo. Será que se eu tirar uma foto com um policial, eu vou ser responsável por tudo que ele fizer? (…). É um desespero para tentar dizer que Bolsonaro tem culpa no cartório. Quem era Marielle? Estou falando com todo o respeito. Ninguém conhecia quem era Marielle Franco antes de ela ter sido assassinada. Depois, todo mundo começou a conhecer porque foi dada uma grande notoriedade. Agora, pelo amor de Deus, tentar fazer essa relação é mais do que absurda, é repugnante”, disse o deputado.
A denúncia feita pelo MP do Rio concluiu que Marielle foi executada “em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”.
Na foto citada por Eduardo, Jair Bolsonaro aparece abraçado com o ex-policial militar expulso da corporação Élcio Vieira de Queiroz, preso nesta terça-feira apontado pelo Ministério Público do Rio e pela Polícia Civil como motorista do carro de onde partiram os disparos contra Marielle e Anderson.
O outro PM preso na terça, Ronnie Lessa, morava no mesmo condomínio que Bolsonaro e seu outro filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), também moram, na Barra da Tijuca. Lessa é acusado de ser o autor dos disparos, além de ser suspeito de envolvimento no tráfico de armas.
Por fim, um relacionamento amoroso entre “um filho de Bolsonaro” e a filha de Ronnie Lessa foi confirmado pelo delegado titular da DH (Delegacia de Homicídios) Geniton Lages, responsável pela investigação da morte de Marielle. “Isso tem (namoro entre os dois), mas isso, para nós, hoje, não importou na motivação delitiva. Isso vai ser enfrentado num momento oportuno. Não é importante para esse momento”, disse Lages, durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de terça.
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