quarta-feira, 19 de junho de 2019

MORO NÃO QUERIA MELINDRAR FERNANDO HENRIQUE CARDOSO.

**ARQUIVO** BRASÍLIA, DF, 08.11.2018: O juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça do governo de Bolsonaro, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, se posicionou contra investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Lava Jato por temer que elas afetassem "alguém cujo apoio é importante", segundo mensagens divulgadas nesta terça-feira (18) pelo site The Intercept Brasil. Em mais uma rodada de conversas divulgadas pelo site e atribuídas ao então magistrado e a integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Moro questiona o procurador Deltan Dallagnol em 2017 sobre citações a FHC na delação da Odebrecht. O ex-juiz afirmou que uma petição, oriunda da colaboração da empreiteira, apurava relatos prescritos e "melindra" o ex-presidente, segundo o The Intercept Brasil. A menção ao tucano na delação da Odebrecht foi enviada, na época, para análise da Justiça Federal de São Paulo pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin. O caso não chegou a ser analisado nem no âmbito da Procuradoria da República no Paraná, cuja coordenação da Lava Jato é feita por Deltan, nem por Sergio Moro. Nas mensagens divulgadas nesta terça pelo site, Moro pergunta a Deltan: "Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco", afirma. "Caixa dois de 96?", completa. Deltan responde: "Em pp [princípio] sim, o que tem é muito fraco". "Não estaria mais do que prescrito?", questiona novamente Moro. "Foi enviado para SP sem se analisar prescrição. Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade", afirma Deltan. Moro, então, comenta: "Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante." O caso de Fernando Henrique Cardoso foi enviado para São Paulo e considerado pela Polícia Federal como prescrito.

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