sábado, 28 de janeiro de 2017

MINISTRO DO STF É CONSELHEIRO DO PLANALTO

O ministro do STF,Gilmar Mendes.Ele é ouvido pelo Planalto na substituição de Teori (Foto: Suamy Beydoun/AGIF/afp)
O restaurante NB Steak da Rua Ramiro Vasconcelos, na região central de Porto Alegre, recebeu figuras de destaque da política e da Justiça brasileira no dia 21 de janeiro. Naquela tarde, o corpo de Teori Zavascki fora velado e sepultado na capital gaúcha, dois dias após sua trágica morte em um acidente aéreo. Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, almoçou na churrascaria com Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil. Gilmar mostrava-se abatido com a morte do colega. O momento era de luto, mas ambos sabiam que nos próximos dias teriam de começar as conversas sobre o substituto de Teori, que era o relator da Operação Lava Jato no Supremo.
No dia seguinte, Gilmar jantou no Palácio do Jaburu, onde o presidente Michel Temer mora. Foi lá discutir o perfil do novo ministro do Supremo. Indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002, Gilmar tem amplo conhecimento da Corte e de seus integrantes. Ele já presidiu a Corte e está no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela segunda vez. Para um governo desnorteado com a morte inesperada de Teori, Gilmar tornou-se um interlocutor valioso na escolha do substituto. Por causa da Lava Jato, o Palácio do Planalto precisa encontrar um nome capaz de passar por um amplo escrutínio da opinião pública, que teme que a sucessão de Teori se transforme num acerto para frear a operação que ameaça uma centena de políticos do Executivo e do Legislativo. Com a vacância de uma cadeira do STF, o apetite da cúpula do PMDB despertou. Boa parte dos chefes do partido está na mira da Lava Jato e será ainda mais alvejada pelas novas revelações que virão a público com a delação dos executivos da Odebrecht

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