quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PASSEATA TERMINA EM PANCADARIA NO RIO DE JANEIRO.


Com adesão muito abaixo do esperado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o protesto da noite de terça-feira no Rio teve, até as 19h40, o formato de uma manifestação legítima. Os sindicalistas demarcaram com precisão, neste horário, quando deveria começar a pancadaria. O aviso dado pelos carros de som de que o protesto estava “encerrado” coincidiu com estrondos ao redor da Cinelândia, enquanto professores batiam em retirada, como se pressentissem o perigo. Às 20h15 a situação era a baderna usual, com bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar, coquetéis molotov e pedras jogados por manifestantes e correria generalizada.
A PM ficou concentrada nas vias ao redor da Cinelândia, mantendo distância dos manifestantes. A pancadaria começou quando um grupo liderado por mascarados começou a se deslocar em direção à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na Rua Primeiro de Março. Os manifestantes usaram os tapumes de madeira e metal, instalados para evitar depredações, como escudos para avançar contra os policiais. Em vários pontos do centro surgiram pequenos focos de incêndio. A fumaça do lixo queimado se misturava à das bombas de efeito moral lançadas pelos policiais. Logo o tumulto se espalhou por todo o entorno da Cinelândia, da Lapa e de vias em direção à Zona Sul.
Oficialmente, como já fez outras vezes, o Sepe diz não apoiar a violência e o vandalismo. Mas há uma semana o sindicato declarou “apoio incondicional” ao grupo Black Bloc – o que funcionou como uma carta branca para os manifestantes atuarem nos atos convocados pelos grevistas. O momento exato de “encerramento” pareceu um alerta para quem não estava a fim de participar do confronto – um “salve-se quem puder”. Não se pode dizer que os black blocs estavam “infiltrados” ou que se aproveitaram da manifestação. Ao longo da caminhada, os mascarados estavam lado a lado com os grevistas – ainda que, obviamente, grande parte deles não concorde com as práticas violentas

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