quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PREFEITO DE OSASCO TOMA EMPRÉSTIMO PARA PAGAR FIANÇA

Rogério Lins chega à Câmara Municipal de Osasco para assumir a prefeitura da cidade (Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena / Ag. O Globo)
O prefeito de Osasco, Rogério Lins (PTN), se recusou a enviar a EXPRESSO comprovante do empréstimo que diz ter realizado a fim de pagar fiança à Justiça para que não voltasse para a cadeia. Lins foi preso no dia 25 de dezembro, ao voltar dos Estados Unidos, sob a acusação do Ministério Público de ter participado de um esquema de contratação de funcionários fantasmas para a Câmara de Vereadores de Osasco. Ele era do quadro de vereadores do município até o ano passado. Lins foi solto da cadeia sob a condição de pagar uma fiança de R$ 300 mil, caso contrário poderia voltar a ser preso. Lins só tomou posse no dia 1º de janeiro porque foi posto em liberdade. Ele pagou a fiança na segunda-feira (2). Seus assessores disseram que ele tomou um empréstimo para honrar o compromisso. Ao jornal SPTV, da Rede Globo, os assessores de Lins disseram que foi um “empréstimo bancário” e que ele pagaria o valor em 60 vezes.
EXPRESSO pediu à prefeitura detalhes do empréstimo, tais como informações sobre o banco, taxas de juros, garantias dadas para o pagamento do valor, além de uma cópia do comprovante do financiamento. Por meio de sua assessoria, o prefeito disse que não tinha a obrigação de transmitir as informações. “Não precisamos fornecer nada, apenas o que já dissemos: foi um empréstimo.”
Chama a atenção a velocidade com que Lins conseguiu tomar o suposto empréstimo. Ele deixou a cadeia no dia 30 de dezembro, quando as agências bancárias já não funcionavam em razão do recesso de fim de ano. No primeiro dia útil de 2017, Lins conseguiu a quantia para pagar a fiança. EXPRESSO ouviu dois especialistas em concessões de empréstimos bancários. Ambos disseram ser improvável que alguém consiga um financiamento de R$ 300 mil (valor considerado alto) em poucas horas. Além do mais, Lins declarou patrimônio à Justiça Eleitoral de R$ 253 mil, valor menor, portanto, que do empréstimo que afirma ter contraído. Se não bastassem esses elementos, ele estivera preso, fato público que dificulta a concessão de empréstimos por instituições financeiras

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