sábado, 11 de novembro de 2017

O PSDB DE AÉCIO NEVES É GOVERNO.

O senador Aécio Neves no plenário.O PSDB fica no governo o quanto puder (Foto:  Ueslei Marcelino/REUTERS)
Pelo menos nas aparências, o senador Aécio Neves é classificado por seus colegas e por adversários como um sujeito bom de trato, com temperança e talento para desatar nós políticos. Devido a essa imagem pública, Aécio surpreendeu muita gente na quinta-feira (9), ao perder as estribeiras durante uma conversa no gabinete do senador Tasso Jereissati, no 14º andar do Anexo I do Senado. A sós, eles tiveram a discussão mais dura em décadas de amizade. Aécio, presidente afastado do PSDB por causa das investigações da Operação Lava Jato, pediu a Tasso, presidente interino, que renunciasse ao cargo em nome da “isonomia”. No dia 9 de dezembro, Tasso disputará a presidência do PSDB com Marconi Perillo, governador de Goiás. Na justificativa de Aécio, Tasso levaria vantagem sobre Perillo se permanecesse no cargo.
Prestes a completar 69 anos, com um histórico recente de divergências políticas públicas com Aécio em torno do governo Michel Temer, Tasso não acreditou na motivação exposta. “Eu prefiro que você seja franco comigo”, disse, e escancarou que a principal motivação era outra. Tasso afirmou que a tal “isonomia” era apenas uma desculpa de Aécio por ele defender abertamente que o partido desembarque do governo e faça uma autocrítica sobre seus erros recentes (entre eles, os que levaram alguns integrantes a cair na Lava Jato). A conversa tomou um rumo áspero. Com o tom de voz elevado, Aécio disse que então lançaria mão de seu poder de presidente e destituiria Tasso do posto de interino, para onde foi alçado pelo próprio Aécio. Foi o que fez e, em seguida, escalou o ex-vice-governador de São Paulo Alberto Goldman para o cargo de presidente do partido até a eleição interna.

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