sexta-feira, 31 de julho de 2015

AADVOGADA DOS DELATORES DA LAVA JATO FALA PELA PRIMEIRA VEZ

A advogada Beatriz Catta Preta afirmou que deixou a defesa de réus Operação Lava Jato por se sentir intimidada. Em entrevista ao jornalista Cesar Tralli, no Jornal Nacional, nesta quinta-feira (30), disse que não está apenas deixando o caso, mas também abandonando a carreira. "Por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório", afirmou. Tralli mostrou o escritório já desocupado de Catta Preta em São Paulo. 
A advogada Beatriz Catta Preta em entrevista ao Jornal Nacional (Foto: Reprodução)
Catta Preta não citou, entretanto, nomes de quem a intimidou. Afirmou que não recebeu as ameaças diretamente. "Elas vêm de forma velada, cifrada", afirmou. Segundo ela, aumentou a pressão após o consultor Júlio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, afirmar que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pediu  propina de US$ 5 milhões. "Aumentou a tentativa de intimidação a mim e a minha família."
Questionada por que o ex-cliente não revelara anteriormente a informação sobre esse pedido de propina, a advogada Catta Preta disse que Júlio Camargo "tinha medo de chegar ao presidente da Câmara". Segundo ela, todos os depoimentos prestados pelo delator foram respaldados com informações e "provas definitivas".
Sobre as suposições acerca dos valores que recebeu como pagamento por seu trabalho na defesa de réus da Lava Jato, Catta Preta disse que foi tudo recebido regularmente, com emissão de nota fiscal, por transferência bancária ou depósito em cheque na conta do escritório. "Nunca recebi um centavo fora do Brasil." Ela afirmou que é um "absurdo" os comentários de que os honorários chegam a R$ 20 milhões. "Não chega à metade." 
Beatriz Catta Preta deixou os casos da Lava Jato após a aprovação do requerimento para sua convocação na CPI da Petrobras, na Câmara. O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que ela deveria explicar a origem de seus honorários.
Nesta quinta-feira (30), conforme o G1, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)Ricardo Lewandowski, atendeu a pedido daOrdem dos Advogados do Brasil (OAB) e desobrigou Catta Preta de ter de falar sobre questões relacionadas ao sigilo profissional, incluindo os valores dos honorários recebidos. A advogada confirmou na entrevista ao Jornal Nacional que não falará, se for à CPI, sobre assuntos protegidos pelo sigilo profissional. "Se eu tiver que ir à CPI, infelizmente, tudo o que eu vou poder dizer a eles é que eu mantenho o sigilo profissional e não vou revelar nenhum dado que esteja protegido por sigilo".
Catta Preta disse ainda que não fugiu do país. Conforme revelou ÉPOCA, ela deixara o Brasil em 24 de junho. A advogada retornou de Miami nesta semana. "Saí de férias. Costumo sair de férias e viajar para lá sempre que meus filhos estão em férias escolares", disse.

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