sábado, 25 de julho de 2015

PROCURADORES PEDEM A DEVOLUÇÃO DE BILHÕES ÀS EMPREITEIRAS DA LAVA JATO

A Odebrecht e a Andrade Gutierrez negam os crimes. Reforçando a estratégia da defesa, a advogada da CNO, Dora Cavalcante, disse ontem à noite que “o dia da denúncia não é o de tratar de verdades finais”. A maioria dos denunciados está presa desde junho. A assessoria da Andrade disse que buscará a liberdade dos funcionários e que lutará para a Justiça concluir pela “improcedência das acusações”.

De acordo com a denúncia, um conjunto de obras da Odebrecht nas unidades da Petrobras em Pernambuco (Rnest), Paraná (Repar) e Itaboraí (Comperj), no Rio de Janeiro, resultaram no pagamento de propinas para os ex-dirigentes da estatal Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco. Para comprovar, mostram transações feitas a partir de unidades da empreiteira nos EUA, passando por offshores nas Ilhas Virgens e chegando a contas bancárias na Suíça. Para isso, usou contas das empresas offshores Golac, Smith & Nash, Sherkson e Havinsur.
A PF e o MPF entendem que a Odebrecht mentiu ao divulgar notas em que negava “ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo” da estatal. A defesa da Odebrecht não comentou os depósitos no exterior. A empresa já disse que nunca fez depósitos na conta da Construtora Del Sur, por exemplo. Mas a força-tarefa obteve documentos que mostram que a Golac e a Smith, registradas em nome da CNO, repassaram US$ 47,1 milhões em 20 transações à Del Sur. “Não adianta martelarem uma mentira mil vezes. Nós vamos mostrar a verdade”, disse o procurador Carlos Fernando Lima, na entrevista coletiva em Curitiba, com membros da força-tarefa do MPF, da PF e da Receita Federal.
Propina
Para a Procuradoria, o consórcio liderado pela Odebrecht ainda pagou propina para o gerente da Petrobras Celso Araripe na construção da sede da estatal em Vitória (ES), por meio da empresa Sul Brasil, como mostrou o Correio na quarta-feira. Ele não foi localizado. Outro ato de corrupção foi o pagamento de US$ 5 milhões por ano ao PP e a Paulo Roberto para garantir que a Petrobras vendesse nafta — matéria-prima de um plástico — para a empresa Braskem, da Odebrecht, a preços abaixo do mercado. Esse negócio rendeu R$ 6 bilhões de prejuízos à estatal. A Braskem disse em nota que técnicos da própria Petrobras afirmaram que o preço de venda “não geraria prejuízo contábil” à petroleira
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