segunda-feira, 20 de julho de 2015

PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA PODE NÃO SER REELEITO


Evaristo Sa/AFP
Favorito dentro do Ministério Público para ser reconduzido a um novo mandato de dois anos pela presidente Dilma Rousseff, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, corre riscos reais de ser barrado em votação secreta do Senado. Diante do clima adverso, procuradores da República próximos ao chefe do Ministério Público já cogitam traçar um plano B para evitar prejuízos à Operação Lava-Jato que levem à contestação da apuração do esquema de desvios na Petrobrás que financiou políticos e partidos.

A hostilidade a Janot cresceu desde terça-feira, com a Operação Politeia, primeira fase da Lava-Jato centrada no núcleo político do esquema, que realizou buscas e apreensões em imóveis de três senadores. O cumprimento dos mandados contra Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) deixou o ambiente no Senado ainda mais tenso que o visto desde março, quando foram abertos inquéritos contra 13 senadores - entre eles, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por suposto envolvimento no esquema de corrupção.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde começará a nova sabatina de Janot se ele for indicado pela presidente Dilma Rousseff, 9 dos 27 senadores titulares estão na mira da Procuradoria, o que deve acirrar os ânimos contra o chefe do Ministério Público.
Diante disso, procuradores próximos a Janot começaram a traçar, em conversas reservadas, um plano B com o objetivo final de proteger a Lava-Jato, caso o atual o procurador-geral seja rejeitado pela Casa. Como plano alternativo, Janot poderia apoiar outro candidato da lista tríplice nos bastidores. Na disputa, estão os subprocuradores-gerais Carlos Frederico Santos Mario Bonsaglia e Raquel Dodge. Janot, entretanto, vai manter o discurso público de que é candidato sem quaisquer condicionantes

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