domingo, 23 de agosto de 2015

PROPINA RECEBIDA POR EDUARDO CUNHA FOI CONFIRMADA POR DELATOR


Desde que seu nome apareceu na Operação Lava-Jato pela primeira vez, em setembro do ano passado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se viu em uma série de suspeitas assim como outros políticos. Onze meses depois, os primeiros vazamentos da colaboração premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foram robustecidos com outras provas e viraram, na quinta-feira, uma denúncia criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e corrupção no esquema de desvios da Petrobras.
Às afirmações de Costa, somaram-se as do doleiro Alberto Youssef e do lobista Júlio Camargo e uma série de documentos, como registros governamentais, ligações telefônicas, extratos bancários e depoimentos diversos. Pesou ainda a condenação de parte dos outros acusados no esquema, pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. Vários documentos corroboraram os depoimentos de Camargo, que afirma ter pago pelo menos US$ 5 milhões de propina ao deputado.
Ao longo desse período, Cunha evitou dar declarações públicas. No entanto, em março, atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que seu pedido de abertura de inquérito era uma “piada”. Depois, com a revelação de que ele produziu requerimentos apresentados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) para convocar uma empresa ligada a Camargo, Cunha recuou. Passou a não tratar mais diretamente as acusações e suspeitas. O objetivo é não prejudicar sua defesa perante o STF. Algumas dúvidas persistem na mente da população. A reportagem questionou a assessoria do presidente da Câmara sobre uma série de questões ontem, mas ficou sem resposta novamente.
Defesa de CunhaO deputado já disse que não pode comentar objetivamente as denúncias por orientação de seu advogado, o ex-procurador geral da República Antônio Fernando de Souza. Mas nega as acusações de ter cometido crimes. “Estou absolutamente sereno e refuto com veemência todas as ilações constantes da peça do procurador-geral da República”, disse em nota na quinta-feira. Cunha ainda afirma que é perseguido por Rodrigo Janot, que fechou um acordo com o Palácio do Planalto para proteger políticos do PT investigados.

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