terça-feira, 12 de dezembro de 2017

OS DESAFIOS PARA APROVAR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Caso o governo realmente queira colocar a reforma da Previdência em votação ainda este mês, terá que superar obstáculos que vão além da contagem de votos. No Congresso Nacional, alguns não entendem — ou fingem não entender — o porquê de se apressar uma discussão que, teoricamente, poderia ficar para o ano que vem ou mesmo para 2019, embora praticamente todos tenham a convicção de que o assunto precisará ser retomado em breve caso não vá para a frente. A justificativa é puramente econômica. O governo conta com a reforma para começar 2018 com as contas mais bem encaminhadas. As mudanças nas regras previdenciárias não têm efeito imediato e, nem de longe, resolvem o problema fiscal do país. Mas sinalizam que o caminho é de estabilizar o deficit, o que já dá um alento aos cofres públicos.
 
Por isso, o governo faz questão de manter o assunto em alta, nem que seja para mostrar engajamento ao mercado financeiro. A simples possibilidade de que a reforma fique para depois gera reações imediatas na bolsa de valores, como as que foram presenciadas ontem: pessimista com o apoio ainda insuficiente à reforma e a falta de uma data específica, o principal índice da bolsa, o Ibovespa, fechou em queda de 1,07%. De manhã, as perdas chegaram a 2,61%. No dia anterior, quando o PMDB fechou questão sobre a reforma, o efeito foi o contrário: o índice subiu 1%.

“O momento é de organizar a base, e o mercado reage com mais ou menos ansiedade aos fatos políticos. O ideal é aprovar agora na Câmara e já iniciar o próximo ano discutindo no Senado”, disse ontem o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, em evento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realizado no Rio de Janeiro

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