quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

LAVA JATO PRENDE OPERADOR DOS TUCANOS.

) - Uma nova fase da Operação Lava Jato prendeu nesta terça-feira (19) ex-diretor da Dersa (estatal paulista de rodovias) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suspeito de operar propina da Odebrecht para o PSDB.
Também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB), que presidia a estatal Investe SP do governo João Doria (PSDB). No fim da tarde, Aloysio pediu demissão.
Batizada de Ad Infinitum, a operação foi deflagrada a partir de investigação do Ministério Público Federal que acusa Paulo Preto de ter movimentado ao menos R$ 130 milhões em contas na Suíça, de 2007 a 2017.
Em uma dessas contas, segundo a Procuradoria, foi emitido um cartão de crédito em favor do ex-senador Aloysio Nunes, em dezembro de 2007 --que teria sido entregue a ele num hotel na Espanha. Na época, Aloysio era secretário da Casa Civil do governo José Serra (PSDB) em São Paulo. O cartão foi emitido na semana entre o Natal e o Ano-Novo.
O ex-chanceler no governo Michel Temer (MDB) negou ter recebido o cartão de crédito e afirmou nesta terça que não sabe por que está sendo investigado.
Em sua carta de demissão, o político tucano afirma que "foi surpreendido" com a ação da PF, que fez busca e apreensão em sua casa em São José do Rio Preto (SP).
Politicamente, sua situação era desconfortável para Doria. O governador se elegeu com um forte discurso em favor da moralidade, e a Lava Jato é o símbolo máximo da onda de revolta com a corrupção que desaguou na eleição de diversos nomes que encamparam essa bandeira --a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
As investigações sobre as movimentações financeiras de Paulo Vieira de Souza começaram na Lava Jato de São Paulo, mas a Ad Infinitum foi deflagrada pela força-tarefa de Curitiba.
O motivo oficial dos procuradores é de que há indícios que eventuais desvios cometidos por Paulo Preto foram usados para pagamentos de propinas a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, como Paulo Roberto Costa, Roberto Gonçalves e Pedro Barusco.
A conexão com a Petrobras leva o caso para o Paraná.
No entanto, essa medida também afasta --ao menos a princípio-- o que o Ministério Público sempre considerou um entrave para casos relacionados aos governos tucanos em São Paulo: a relatoria do ministro Gilmar Mendes nos recursos feitos ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O ministro havia interrompido a apuração paulista em 2017 porque havia um inquérito relacionado ao ex-governador José Serra que tratava dos mesmos fatos.
Porém, devido às mudanças nas regras do foro especial ocorridas em maio do ano passado, o inquérito teria que sair do STF. Neste ano, foram devolvidos ao estado, mas à Justiça Eleitoral

Nenhum comentário:

Postar um comentário