terça-feira, 12 de março de 2019

"LAVA JATO" ESTÁ PARADA.

 - Há muita cara nova nos corredores da Polícia Federal do Paraná --um dos epicentros da Operação Lava Jato.
Desde o início do ano, quando o ex-juiz Sergio Moro assumiu o Ministério da Justiça, a Lava Jato em Curitiba vive um período de entressafra.
Junto com ele, mudaram-se para a capital federal alguns dos principais integrantes da investigação, que completa cinco anos no próximo dia 17.
Estão em Brasília o antigo coordenador da Lava Jato na PF, Igor Romário de Paula; o ex-chefe da investigação da Receita Federal em Curitiba, Roberto Leonel de Oliveira Lima; o então chefe da perícia da superintendência paranaense, Fábio Salvador; além dos delegados Marcio Anselmo e Erika Marena, dois pioneiros da Lava Jato.
Aos poucos, novos delegados e servidores se incorporam às equipes da PF, Ministério Público e Receita Federal. Um novo juiz, Luiz Antônio Bonat, assumiu o lugar de Moro no início de março.
Ainda assim, os investigadores esperam um 2019 agitado, e tão movimentado quanto 2016 --ano em que Lula foi alvo de condução coercitiva e que teve 16 fases deflagradas.
"Enquanto houver delitos, a gente tem trabalho a fazer. A equipe se renova, mas não temos a menor intenção de parar", afirmou à reportagem o procurador da República Roberson Pozzobon, no intervalo de uma entrevista sobre uma nova fase (a sexagésima da Lava Jato, e a terceira deflagrada neste ano).
Apenas nos dois primeiros meses do ano, a operação prendeu um ex-governador, o paranaense Beto Richa; sentenciou o ex-presidente Lula pela segunda vez; deteve Paulo Preto, suspeito de ser operador do PSDB; e apresentou cinco denúncias.
Um dos principais insumos da investigação deve vir de Brasília: pelo menos 25 inquéritos relativos a ex-parlamentares e agentes políticos que perderam o foro privilegiado (como os ex-senadores Romero Jucá, Valdir Raupp e Edison Lobão, entre outros) irão descer à primeira instância neste ano. Muitos deles devem acabar nas mãos de Bonat, pela conexão com os desvios na Petrobras.
"Esse certamente será um dos grandes focos da Lava Jato neste ano", disse à reportagem o procurador Deltan Dallagnol. "As pessoas que tiveram mais poder não podem ter sua responsabilidade ignorada."
Dallagnol também declarou que novos acordos de delação estão em negociação --o que também costuma impulsionar operações.

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