segunda-feira, 13 de julho de 2015

A PACIÊNCIA DOS BRASILEIROS ESTÁ CHEGANDO AO LIMITE

Coloque a questão política de lado. Esqueça, mesmo que por um breve momento, o partido A ou B. Ignore, só por um instante, ideologias, valores e convicções. Desconsidere o que os seus amigos ou inimigos disseram nas redes sociais. Apague da memória aquela opinião bombástica do seu blog preferido, as mensagens insidiosas do WhatsApp, os comentários inteligentes (ou nem tanto) do colega do escritório. Faça tudo isso e deixe o pensamento livre, sem a influência de quem quer que seja. Agora você está pronto para responder, da maneira mais desapaixonada possível, a seguinte pergunta: a sua vida melhorou ou piorou nos últimos meses? É bem provável – na realidade, é praticamente certo – que a maioria esmagadora dos leitores crave a segunda alternativa. Quase ninguém mais confia no governo, ou nos partidos políticos, ou nas intenções do Congresso. Os brasileiros estão fartos da crise econômica. Do desemprego. Da inflação que não para de subir. Da conta de luz que consome pequenas fortunas de residências e indústrias. Dos juros que tornam os boletos do dia a dia impagáveis. Dos impostos. Dos escândalos de corrupção. A avalanche de problemas aflige ricos e pobres, empresários e trabalhadores, executivos e estudantes, idosos e jovens. A despeito do gosto partidário de cada um, as dificuldades chegaram para todos. A crise não é mais uma questão etérea, colocada apenas no debate político. Ela atingiu em cheio o cotidiano das pessoas – esta aí, afinal, tão presente quanto o ar que se respira.
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Uma série de pesquisas demonstra que a paciência dos brasileiros chegou ao limite. De acordo com o Ibope, o pessimismo nacional atingiu o nível mais alto desde 2001. Metade da população acha que tudo ainda pode piorar. Detalhe interessante: o Nordeste, reduto eleitoral do PT da presidente Dilma Rousseff, lidera a onda de pessimismo, um fato inédito que reforça a teoria da insatisfação generalizada. Outro levantamento, da Fundação Getúlio Vargas, traz um dado ainda mais revelador. Só 5% dos brasileiros colocam a mão no fogo pelos partidos políticos. Ou seja: de cada 100 pessoas, 95 acreditam que as legendas não servem para nada a não ser para defender os seus próprios interesses. E há o caso Dilma. Segundo o Ibope, ela conseguiu a façanha de ser tão impopular quanto o ex-presidente Fernando Collor. Seu índice de rejeição, de 68%, é o mesmo de Collor às vésperas do impeachment, em 1992.

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