domingo, 2 de agosto de 2015

O TCU VAI JULGAR TÉCNICAMENTE AS CONTAS DE DILMA

Gustavo Moreno/CB/D.A Press


Em meio ao envolvimento do filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, nas denúncias de corrupção da Lava-Jato, e suspeitas relacionadas a outros integrantes da Corte, o ministro Bruno Dantas diz que o julgamento das contas de Dilma Rousseff não será contaminado. A análise da execução financeira e orçamentária de 2014, que deve ocorrer neste mês, é considerada um marco na grave crise enfrentada pela presidente da República. Se a gestão for reprovada pelos ministros do TCU, Dilma será julgada pelo Congresso, onde encontra, desde o começo do ano, um ambiente hostil e 12 pedidos de impeachment. Há um ano no cargo, Dantas acredita que a busca e a apreensão na casa e no escritório do advogado Tiago Cedraz não causam, até o momento, constrangimento aos colegas de Aroldo Cedraz: “O que temos hoje é a palavra de um delator”.

Dantas elogia a atuação do Ministério Público nas investigações, mas pondera que procuradores prestariam um grande serviço ao país se apresentassem quais são os elementos de prova contra integrantes do TCU, citados como suspeitos pela imprensa. “O que cria, muitas vezes, um ambiente de dúvida e especulação é essa demora entre a acusação e a formalização do procedimento judicial”, observa. Ao comentar as pedaladas fiscais no primeiro mandato da presidente da República, Dantas antecipa: “O balanço que o governo federal apresentou condiz com a realidade? Os nossos auditores dizem que não”.

Baiano, 37 anos, o ministro tem como característica ser sempre o mais jovem a tomar posse nos cargos que ocupou. Foi assim no TCU, na Consultoria Legislativa do Senado e nos conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e Nacional do Ministério Público (CNMP). Bruno deu início à carreira promissora no serviço público depois de passar, aos 19 anos, num concurso de ensino médio do TJDF, onde trabalhou na Vara da Família, em Samambaia. O começo foi difícil, ia de ônibus de Taguatinga, onde morava, para o serviço. Filho de uma funcionária do Banco do Brasil, Bruno enxerga o serviço público como uma revolução social. Antes de chegar ao TCU, ele fez mais de 20 concursos, sendo aprovado em quase todos entre os primeiros colocados. Em entrevista ao Correio, ele fala sobre a carreira, a trajetória como concurseiro e critica o que considera um exagero na exaltação de figuras públicas à frente das investigações da Lava-Jato e do mensalão. “Eu acredito em instituições fortes. Não acredito em homens voluntariosos.

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