quarta-feira, 21 de outubro de 2015

DELATOR DIZ QUE LULA SABIA DAS PROPINAS DA PETROBRÁS

ntado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como um dos operadores de propinas no esquema de irregularidades na Petrobras, Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com seu amigo, o pecuarista José Carlos Bumlai, e com João Carlos Ferraz, então presidente da Sete Brasil, para tratar de negócios relativos à estatal e investigados pela operação.

 Douglas Magno/AFP
O encontro ocorreu no primeiro semestre de 2011, na sede do Instituto Lula, em São Paulo, e antecederam a cobrança de R$ 3 milhões por Bumlai para supostamente quitar débito de uma nora do ex-presidente. Segundo disse Baiano em deleção, Bumlai o pressionou para receber esse valor e alegou que precisava saldar a dívida imobiliária de uma nora de Lula, mas não revelou o nome dela. "Essa reunião (entre Lula, Bumlai e Ferraz) foi realizada em São Paulo no final do primeiro semestre de 2011", afirmou Fernando Baiano em seu termo de delação premiada fechado com a força-tarefa da Lava Jato. Ferraz queria tratar de negócios intermediados por ele, em nome do grupo OSX, do empresário Eike Batista.

Ainda de acordo com Baiano, uma das reuniões com a presença de Lula aconteceu logo após um almoço entre o próprio Baiano, Ferraz e Bumlai para tratar de contratos relativos à Petrobras. "Antes dessa reunião, o depoente (Baiano) encontrou João Carlos Ferraz e Bumlai. Esse encontro ocorreu em um restaurante italiano embaixo de um flat, onde almoçaram", registra o termo de deleção. Segundo o delator, o encontro aconteceu no restaurante Tatini, no Jardim Paulista, em São Paulo. "Bumlai orientou José Carlos Ferraz sobre o que falar a Lula", revelou Baiano. "Depois José Carlos Ferraz e Bumlai foram para a reunião com Lula e essa reunião ocorreu no Instituto Lula", afirmou ele.

Ferraz era ex-funcionário da Petrobras. Foi o primeiro presidente da Sete Brasil, empresa criada pela estatal com bancos e fundos de pensão, para contratação de 28 navios-sonda pelo valor de US$ 22 bilhões. Ferraz e outro ex-executivo da Sete Brasil, Eduardo Musa, confessaram em delação premiada que esses contratos envolveram propina de 1%. Parte abasteceu os cofres do PT, afirmou o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco.

'Velocidade'
"Ferraz disse que a reunião com Bumlai e Lula tinha sido muito boa", afirmou Baiano. O delator disse ainda que, segundo relatos de Ferraz, Lula teria falado em "dar mais velocidade" nos assuntos da empresa. "Ferraz disse que Lula foi bastante amável com ele e teria assumido o compromisso de ajudar a dar mais velocidade nos assuntos da Sete Brasil, para viabilizar uma consolidação mais rápida da indústria naval brasileira", registra a deleção.

Segundo Baiano, Ferraz o informou que, em decorrência da primeira reunião com Lula, foi agendado e, posteriormente, realizado um outro encontro, também no Instituto Lula, dessa vez, com a participação do presidente "do Sindicato da Indústria Naval, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Naval ou algo do tipo
"

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