sexta-feira, 9 de outubro de 2015

DILMA QUER QUE MINISTROS ENQUADREM DEPUTADOS

Presidente Dilma Rousseff durante reunião ministerial em Brasília (DF) - 08/10/2015
Presidente Dilma Rousseff durante reunião ministerial em Brasília (DF) - 08/10/2015(Roberto Stuckert Filho/PR)
Alvo de sucessivas derrotas no Congresso mesmo depois da recente reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta quinta-feira de sua nova equipe de trabalho a garantia de fidelidade em votações cruciais para o governo na Câmara e no Senado e determinou que ministros agraciados com cargos de primeiro escalão enquadrem as bancadas. A cobrança ocorre após a base governista no Congresso não ter conseguido, tanto na terça quanto na quarta-feira, sequer quórum para a apreciação dos vetos presidenciais à chamada pauta-bomba, o que acabou por adiar por mais tempo o impasse sobre o reajuste salarial de até 78,5% para servidores do Judiciário.
Mesmo depois de uma costura para contemplar aliados insatisfeitos e garantir sete pastas ao PMDB, Dilma não conseguiu acabar de vez com a votação dos vetos. Agora, quer usar também o "ônus" de ser governo para que aliados aprovem temas caros ao Executivo, como medidas de ajuste fiscal e, no limite, a criação de uma nova CPMF. A despeito da dupla derrota nos vetos, o ministro da Casa Civil Jaques Wagner atribuiu hoje a infidelidade da base aliada à falta de conclusão de alguns acordos para cargos dentro de ministérios e nos próprios estados. O novo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, foi incumbido de concluir esses acordos com os partidos que detêm ministérios e realizar reuniões a cada reclamação dos aliados.
"Será monitorada com olho mais preciso a postura de cada bancada nas votações. A presidente se sente mais confortável e delega isso a Berzoini para fazer uma cobrança mais sistemática e objetiva da postura das bancadas frente às votações de interesse do governo", afirmou Wagner. Para o PMDB, considerado "aliado-problema" do governo, a ideia é que haja reuniões semanais para evitar grandes defecções no Congresso.
"Nas votações, será medido o grau de reciprocidade [dos aliados]", disse o chefe da Casa Civil. Segundo ele, mesmo com a instabilidade de uma ala do PMDB, não está no horizonte do governo fazer novos ajustes nos ministérios e nem sacrificar os recém-empossados ministros peemedebistas. "Está consolidada a reforma que foi feita e a complementação dessa reforma é a desobstrução desses acordos [por cargos]. O macro do acordo está feito e não está suscetível a nenhuma mudança", completou

Nenhum comentário:

Postar um comentário