segunda-feira, 7 de maio de 2018

PM LEVOU DINHEIRO VIVO AO ESCRITÓRIO DO AMIGO DE TEMER


O policial militar Abel de Queiroz afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que já esteve com um carro blindado no endereço do escritório do advogado José Yunes, no Jardim Europa, em São Paulo, para entrega de dinheiro em espécie. Yunes é amigo íntimo do presidente Michel Temer e foi assessor especial no Palácio do Planalto.   A história foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Queiroz trabalhava como motorista da Transnacional, firma de transporte de valores contratada por empresas alvo da Lava Jato, entre elas a Odebrecht.
Ele falou como testemunha no inquérito que apura pagamentos, pela empreiteira, de R$ 10 milhões a campanhas do MDB, supostamente acertados com Temer no Palácio do Jaburu, em 2014.
Queiroz explicou que coube a ele dirigir o veículo blindado na Transnacional e que, em cada uma das ocasiões, outros agentes, que identificou como Oliveira e Alves, levaram os valores para dentro do imóvel onde fica o escritório de Yunes.
Em fevereiro de 2017, Yunes procurou a Procuradoria Geral da República (PGR) para dar a sua versão sobre a caixa com R$ 1 milhão que teria passado por seu escritório. O amigo de Temer afirmou ter recebido uma ligação de Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, para que recebesse alguns “documentos” em seu escritório. Um “pacote” foi levado pelo doleiro Lúcio Funaro, conforme a versão de Yunes, que se disse surpreendido. O ex-assessor especial de Temer chegou a dizer que foi apenas uma “mula” de Padilha.
Funaro, apontado como operador de propina para políticos do PMDB, deu outra versão em sua delação premiada. Ele disse que foi buscar R$ 1 milhão no escritório do amigo de Temer em setembro de 2014, a pedido do ex-ministro Geddel Vieira Lima, mandando entregar a quantia a ele, em seguida, em Salvador. Ele sustenta que Yunes sabia se tratar de dinheiro.
Um inquérito no STF investiga um jantar no Palácio do Jaburu em que teria sido acertado um repasse ilícito de R$ 10 milhões da Odebrecht ao grupo de Temer. Atendendo a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou em março a inclusão de Temer no inquérito, que tem Padilha entre os investigados. O presidente passou a ser investigado, mas uma eventual denúncia só ocorreria após a saída dele do cargo de presidente da República

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