Diante do avanço das investigações de lavagem de dinheiro envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), a oposição traça uma estratégia para explorar o tema na volta do Congresso Nacional, em fevereiro.
Uma das ideias é criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), mas para isso, é necessário o apoio de pelo menos 171 deputados. A prioridade do momento, no entanto, é a eleição da Presidência da Câmara.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), é um dos articuladores da CPI, mas ainda não há consenso sobre o tema. O deputado estadual pelo partido no Rio de Janeiro, André Ceciliano, também é alvo da investigação na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A bancada com 56 integrantes só irá ter uma posição na próxima semana, quando se reúne para bater o martelo sobre a disputa para o comando da Casa.
No caso da criação de uma CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito), é necessário, além do apoio de 171 deputados, pelo menos mais 57 senadores -o colegiado é composto por integrantes de ambas as Casas.
As CPIs têm poderes de investigação equiparados aos das autoridades judiciais, como determinar diligências, ouvir indiciados e testemunhas e requisitar informações a órgãos públicos. Elas duram 120 dias, prorrogáveis por até metade.
No Senado, Kátia Abreu (PDT-TO) não vê essa como a melhor estratégia. “Todas [as CPIs] são oportunistas. Raramente têm resultado sério. Não assino e não participo de CPI”, afirmou à reportagem. De acordo com a parlamentar, a oposição deve continuar com os debates sobre a investigação de Flávio Bolsonaro. “Não vai faltar quem bata tambor até doer nos ouvidos deles.”
Na Câmara, o PDT diz não ter debatido o tema. “Não conversamos. Reuniremos no início da legislatura e avaliaremos. O que é certo é que tem que ser rigorosamente apurado”, afirmou ao HuffPost Brasil o líder da bancada, deputado André Figueiredo
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