quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

LULA DESISTE DE IR AO ENTERRO DO IRMÃO.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gesticula durante uma missa católica em memória de sua falecida esposa, Marisa Leticia, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, Brasil, em 7 de abril de 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi autorizado nesta quarta-feira (30) a se despedir de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, falecido na véspera, mas desistiu de sair da prisão porque recebeu a permissão quando o enterro já estava acontecendo.
"Não deixaram que eu me despedisse do Vavá por pura maldade", disse Lula, que desde abril de 2018 cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão em Curitiba, a 400 quilômetros de São Paulo, onde ocorreu o sepultamento.
"Não posso fazer nada porque não me deixaram ir. O que eu posso fazer é ficar aqui e chorar", acrescentou Lula, segundo um comunicado do Partido dos Trabalhadores.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, concedeu um habeas corpus a Lula para garantir "o direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares (...) em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do corpo do de cujos ser levado à referida unidade militar, a critério da família".
Um porta-voz do Instituto Lula indicou à AFP que "a decisão judicial chegou quando o corpo estava sendo enterrado" no Cemitério de Pauliceia, em São Bernardo do Campo.
O cantor Chico Buarque considerou que o manejo judicial da questão foi marcado "pelo cinismo".
"Minha solidariedade ao Lula pela perda do Vavá. E meu repúdio à Justiça pelo cinismo e pela covardia", disse o cantor e compositor ao portal Brasil 247.
Os advogados de Lula haviam pedido que o ex-presidente fosse autorizado a ir ao funeral e enterro de Vavá. Invocaram o artigo 120 da Lei de Execução Penal, que determina que os presos podem obter a permissão de saída com escolta em caso de falecimento ou doença grave de um irmão ou outros parentes próximos.
Mas na terça-feira à noite, a juíza Carolina Lebbos - a cargo da Operação Lava Jato - negou a solicitação, acolhendo recomendações da Polícia Federal e do Ministério Público.
A PF recomendou não autorizar o pedido alegando questões logísticas, entre elas não dispor dos meios de transporte necessários para que o ex-presidente pudesse participar a tempo "dos ritos post mortem de seu irmão", e de segurança, diante do alto poder de mobilização do ex-presidente

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