terça-feira, 24 de setembro de 2013

QUADRILHA USAVA PROSTITUTAS PARA ATRAIR PREFEITOS

A promotora de eventos de Brasilia foi acusada de cafetinagem em Brasilia em 2005
No relatório da Polícia Federal, as "pastinhas" são descritas como "mulheres muito bonitas" --nem todas prostitutas. Segundo investigadores, elas procuravam políticos municipais, ofereciam um "uísque" e uma ida a lugares mais aconchegantes para, depois, apresentá-los a lobistas e líderes da quadrilha.
O grupo se especializou em oferecer vantagens indevidas a prefeitos e gestores de fundos de previdência municipais para garantir aplicações em investimentos arriscados e de rendimento duvidoso. Se os negócios com os prefeitos fossem fechados, as "pastinhas" ganhavam uma porcentagem sobre o contrato, de acordo com investigadores.
Desbaratado na semana passada pela operação Miqueias, da PF, o esquema é comandado por um doleiro e por um policial aposentado de Brasília, e desfrutava de "prestígio no mundo político", segundo os investigadores.
A decisão judicial que autorizou prisões e buscas, a qual a Folha teve acesso, afirma que as prostitutas tinham "por atribuição percorrer o país visitando os prefeitos e apresentando-lhes os fundos". "Nessas visitas, acredita-se que as 'pastinhas' já [ofereciam] retorno financeiro", diz trecho da decisão que reproduz relatório da PF.
Ainda segundo o documento, cada garota tinha "um âmbito de atuação específico, estando, pois, divididas por regiões e municípios a serem visitados".
FAZENDA
Entre os investigados na Miqueias está o ex-procurador-geral da Fazenda Nacional --órgão vinculado ao Ministério da Fazenda--, entre 2003 e 2006, período em que Palocci era o chefe da pasta.
Segundo investigadores, o procurador Manoel Felipe do Rego Brandão "atua como lobista, intermediando contatos entre os membros da organização criminosa e políticos". Há indícios de que Brandão atuou no Piauí e no Maranhão. A polícia pediu sua prisão, mas a Justiça negou.
Procurado pela Folha, Brandão não retornou. O funcionário está licenciado da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional desde 2006 para, segundo o órgão, "tratar de assuntos particulares".
Sobre as suspeitas que pesam contra ele, a Procuradoria da Fazenda diz que cabe à Corregedoria-Geral da Advocacia Geral da União apurar eventual irregularidade.

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