sábado, 21 de novembro de 2015

DOMINGO A ARGENTINA TERÁ NOVO PRESIDENTE

Daniel Scioli (à esq.) e Mauricio Macri no debate presidencial (Foto: AP Photo/Natacha Pisarenko)
Neste domingo, dia 22, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, e o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, enfrentam um segundo turno inédito na Argentina, após 12 anos de kirchnerismo no país. O mandato de Nestor Kirchner (2003-2007) foi sucedido por dois de sua mulher, Cristina, reeleita em 2011.
Macri, que é ex-presidente do clube Boca Júniors, é fundador do partido conservador Proposta Republicana (PRO) e lidera a frente Cambiemos (Mudemos). Scioli, que tem apoio de Cristina, é do Partido Judicialista, e disputa a presidência pela Frente pela Vitória.
As eleições prometem ser acirradas. As últimas pesquisas mostram preferência da maioria por Macri, com 52,8% das intenções de voto contra 42,6% do candidato da posição. O time do liberal também surpreendeu ao eleger a candidata Maria Eugenia Vidal ao governo da província de Buenos Aires, comandada há 28 anos pelo Partido Justicialista. Já Scioli ganhou as prévias nacionais de agosto, com 38,4% dos votos, quando o opositor conquistou 24,8% dos votos. Ele também esteve na liderança até a véspera do primeiro turno.
Scioli, que defende a forte presença do Estado na economia, comprometeu-se em modificar alguns impostos, levando mais benefícios a aposentados e usuários de programas sociais, elevando a receita deste grupo em até 21%. Já o candidato da oposição afirmou em sua campanha que manterá os programas sociais lançados no kirchnerismo assim como a estatização da Aerolíneas Argentinas e da petrolífera YPF - Yacimientos Petrolíferos Fiscales, mas que eliminará o controle cambial, imposto por Cristina em 2011.
A professora, pesquisadora e doutora em Relações Internacionais Cecília Baeza, da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que a saída de Cristina Kirchner permitirá novos rumos para as relações da Argentina com outros países, inclusive com o Brasil, e que há uma grande janela para a intensificação da cooperação econômica entre os dois vizinhos e maiores países da América Latina. Segundo ela, o legado do kirchnerismo inclui avanços quanto à redistribuição social e aos direitos humanos, como impunidade sobre as violações cometidas durante a ditadura militar e o matrimônio igualitário, mas uma economia carente de diversificação e internacionalização e com fracos resultados nas empresas reestatizadas

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