sábado, 27 de janeiro de 2018

CONDENAÇÃO DE LULA REABRE CRISE POLÍTICA

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ocaso do Partido dos Trabalhadores, em vez de abrasar uma crise política que se arrasta há quatro anos, aumentou o calor das chamas que fervem o Brasil. Uma disputa por protagonismo entre Judiciário, Ministério Público e classe política — divididos entre lulistas e não-lulistas — abala as estruturas nacionais e atrasa o capítulo final da paralisia institucional. “Precisaríamos de um líder com força suficiente para sugerir um grande pacto nacional. Quando vemos que o nome que colocam para essa tarefa é o do apresentador Luciano Huck, notamos o tamanho da encrenca na qual nos metemos”, aponta o advogado criminalista Roberto Bertoldo.


Os três grandes grupos que se revezam no centro do ringue não brigam apenas entre eles. Disputam internamente também. Se existe uma reclamação generalizada da classe política quanto ao ativismo exagerado de juízes, desembargadores e integrantes do Ministério Público, internamente esses grupos tampouco se entendem. A condenação de Lula a 12 anos e um mês de prisão forçará a reabertura do debate sobre a prisão em segunda instância. Dentro do Supremo Tribunal Federal, este tema se tornou conflituoso, beirando o tabu. Mas será enfrentado em breve.

A Corte, nesse assunto, está completamente dividida. O resultado final representará uma mudança de paradigmas que norteiam a Lava-Jato ou confirmará um rumo que o combate à corrupção vem tomando. Um desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) afirmou, em conversa reservada com o Correio, que “o Supremo pedir a palavra final em todos os processos que envolvem decisões já tomadas nos tribunais desprestigia os demais membros do Judiciário — juízes de primeira instância e desembargadores”

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