domingo, 14 de janeiro de 2018

RODRIGO MAIA QUER SER PRESIDENTE DO BRASIL


 O presidente da Câmara do Deputados, deputado Rodrigo Maia (Foto:  Sérgio Lima/Folhapress)
Na quarta-feira, dia 10, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, desembarcou em Vitória, no Espírito Santo, ao lado de dois ministros e de integrantes da cúpula de seu partido, o Democratas. Na capital capixaba, participou da cerimônia de assinatura de um repasse de verbas federais para o Espírito Santo. Aproveitou a ocasião para afagar o governador do estado, Paulo Hartung, do MDB, um caso raro de político que atravessa sem grandes avarias a tormenta que atinge a classe – daí ser um nome altamente cortejado neste ano de eleição. Maia teve ainda um encontro no mesmo dia com o sindicalista-deputado Paulinho da Força, líder do Solidariedade. Na véspera, em entrevista ao jornal O Globo, ele recorreu a alegorias ao falar da corrida eleitoral. Chamou de “deserto” o panorama político atual e comparou a disputa à Presidência a uma “avenida aberta”, apta a receber novo fluxo de veículos. Em bom português, pela primeira vez, ele admitiu ser candidato a suceder a Michel Temer no Palácio do Planalto, algo que até então vinha renegando quando instigado a falar sobre o assunto.
Depois de esboçar a candidatura, ele agora dá tempo ao tempo. Nesse período, terá de costurar alianças em torno de si para que sua candidatura se transforme em algo mais que um balão de ensaio. Conta a seu favor o fato de ser presidente da Câmara, posição que facilita muito as articulações políticas. Na quinta-feira (11), Maia recebeu o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo mensalão e cacique do Partido da República (PR), uma das agremiações cobiçadas do centrão. Oficialmente, a pauta do encontro foi a reforma da Previdência. Nessa fase inicial de arranjos, é natural que se disseminem especulações. Maia transita num território onde existe forte concorrência de aspirantes a candidatos. Ele busca atrair um eleitorado de centro, insatisfeito com as principais opções à esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e à direita, o deputado Jair Bolsonaro. Até agora, essa faixa do meio permanece embaçada, com a exposição de muitos nomes que pretendem cabalar votos dentro desse espectro ideológico. Encaixam-se nesse perfil dois integrantes do alto escalão do governo federal: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que escancararam o sonho de ser candidatos. Personagem tido como promissor, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa vem recebendo piscadelas de lideranças políticas, assim como o apresentador Luciano Huck, sonho de consumo de algumas siglas. Na linha mais tradicional, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, tenta se viabilizar como a principal alternativa para uma frente de partidos encabeçada pelos tucanos.

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