segunda-feira, 9 de março de 2015

CRISE POLÍTICA FAZ DÓLAR DISPARAR NO BRASIL

Dólar
Na sexta-feira passada, o dólar fechou em alta de 1,49%, a R$ 3,0565(iStockphoto/Getty Images)
O dólar dispara nesta manhã de segunda-feira, um dia após o discurso da presidente Dilma Rousseff ser recebido com panelaço e buzinaço em várias capitais brasileiras. A moeda americana começou o dia com alta de 0,81% com apenas 10 minutos de pregão, cotada a 3,0815 reais na venda. Às 15h29 a divisa bateu a máxima da sessão até agora, 3,1215 reais na venda, em alta de 2,15%. A forte valorização reflete o persistente ambiente de aversão a risco em relação ao país, agravado pela crise política.
Em seu discurso em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma ignorou os recentes escândalos de corrupção no governo e tentou minimizar a crise econômica, alegando que o país é vítima da instabilidade internacional. As declarações de Dilma foram mal recebidas e a reação de várias cidades mostrou que a presidente vai ter bastante dificuldade para governar se precisar do apoio popular para fazer passar no Congresso as novas regras do ajuste fiscal, essencial para sanar as contas públicas.
Em seu esforço para minimizar os conflitos com o Congresso, Dilma se reúne nesta manhã com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), e ministros do núcleo duro do governo (Aloizio Mercadante, da Casa Civil; Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral; Pepe Vargas, das Relações Institucionais; José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Jaques Wagner, da Defesa). Às 17h30, Dilma recebe líderes dos partidos aliados no Senado.
Na área econômica, as notícias são tão ruins quanto as políticas. Economistas ouvidos pelo Banco Central para o relatório semanal Focus apostam que a moeda americana feche o ano cotada a 2,95 reais, ou seja, eles acreditam na desaceleração até dezembro. Mesmo assim, na semana passada, o mercado projetava 2,91 reais para a divisa.
Do lado econômico, o Focus também mostrou que os economistas estão cada vez mais pessimistas com a economia. A mediana de estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de queda de 0,58% para recuo de 0,66%. Para a inflação, a perspectiva agora está em 7,77%.

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