quinta-feira, 19 de março de 2015

SUÍÇA BLOQUEIA MAIS DE UM BILHÃO DA OPERAÇÃO LAVA JATO

O Ministério Público da Suíça confiscou US$ 400 milhões (R$ 1,3 bilhão) de dirigentes da Petrobras, empresas, executivos de empreiteiras e operadores envolvidos na operação Lava-Jato. Os procuradores suíços abriram nove inquéritos criminais por suspeita de lavagem de dinheiro vindo de corrupção. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (16/3) pelo procurador geral da Suíça, Michael Lauber, em entrevista coletiva com o procurador geral da República, Rodrigo Janot.
Os procedimentos se referem a oito cidadãos brasileiros e a uma pessoa ainda não identificada. Lauber disse que não poderia dizer os nomes dos investigados, mas, conforme mostrou o Correio na edição de hoje, um deles é o ex-diretor de Engenharia Renato Duque. 
Os suíços localizaram mais de 300 contas em 30 bancos suíços – aparentemente, ali transitaram os pagamentos de propina atualmente investigados pelo Brasil. São analisadas mil transações bancárias suspeitas. A apuração começou após a unidade de informações financeiras da Suíça – semelhante ao Coaf brasileiro – identificar 60 movimentações bancárias suspeitas. De acordo com Lauber, as apurações não envolvem apenas 9 pessoas, mas outros cidadãos e empresas, inclusive bancos suíços. 
Na semana passada, a Suíça já havia liberado US$ 120 milhões para o país, dos quais US$ 90 milhões já foram repatriados, ou seja, transferidos para contas do Brasil. Segundo o procurador geral da Suíça, Michael Lauber, o trabalho é feito em cooperação com o Ministério Público brasileiro e tem andado mais rápido em comparação a outros acordos de cooperação internacional. O dinheiro retornou ao Brasil em um período de um ano, mais rapidamente do a média. Para Lauber, essa velocidade torna o caso Petrobras especial. 
Intolerância
“Não toleramos o uso do sistema financeiro suíço de forma indevida”, afirmou Lauber, na entrevista coletiva, ao lado de Janot e do secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria, Vladimir Aras. "A corrupção e a lavagem de dinheiro são crimes e não devem prevalecer", completou. 
Ao todo, o Ministério Público suíço já confiscou 5,5 bilhões de francos suíços (cerca de R$18 bilhões). Esse valor se refere a várias investigações de outros países, não somente a Petrobras. 
“Irritante” Lauber considera “um pouco irritante” que os dados bancários do HSBC estejam espalhados pelo mundo. Apuração do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (Icij) localizou diversos empresários, celebridades e personalidades do mundo com contas na filial do banco na Suíça. São mais de 8 mil contas apenas do Brasil.
Segundo o procurador geral suíço, o Ministério Público local não apura o caso e nem foi solicitado a investigar nada. Por outro lado, ele disse que as autoridades fiscais da Suíça analisam eventuais casos de sonegação de impostos.

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