quinta-feira, 31 de março de 2016

DILMA DEMITE INDICADO POR TEMER

O vice-presidente Michel Temer fala com a imprensa pela primeira vez após o vazamento de uma carta pessoal à presidente Dilma Rousseff (Foto: Eraldo Peres/AP)
A presidente Dilma Rousseff exonerou nesta quinta-feira Rogério Abdalla, diretor de Gestão de Pessoas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura. Abdalla, que estava na Conab desde 2007, fora nomeado para a diretoria com as benções do vice-presidente da República, Michel Temer. Abdalla era próximo de Júlio Bono, antigo assessor de Temer. Bono morreu em 2010.
É a segunda dispensa feita por Dilma que atinge apadrinhados diretamente por Temer. A primeira havia sido do então presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires. Ele foi exonerado na semana passada

MINISTRA DO PMDB DIZ QUE FICA NO GOVERNO


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A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta quarta-feira, 30, pelo microblog Twitter, que não deixará o governo. As mensagens foram publicadas instantes depois de uma foto, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, flagrar uma troca de mensagens entre ela e um interlocutor. O texto dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se licenciar do partido. Pessoas próximas da ministra informaram ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que ela não se irritou com o vazamento da mensagem e que até deu risada da situação.
No Twitter, a ministra diz que fica no partido e no governo, apesar dos apelos da ala controlada pelo vice-presidente, Michel Temer, pelo desembarque total do governo. “Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise”, disse a ministra. “Deixamos a presidente a vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base”, afirmou. “O importante é que na tempestade estaremos juntos”, concluiu.
Com essa estratégia, ela e os outros ministros se aproximam do grupo do PMDB controlado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMBD-AL), que tem assumido uma postura contrária ao impeachment. De todos os ministros do PMDB, apenas Henrique Eduardo Alves, que ocupava o ministério do Turismo, deve continuar de fora. Ele havia se demitido na última segunda-feira,28.

PROCURADORIA GERAL DENUNCIA POLITICOS DO PP


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A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu nesta quarta-feira, 30, denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra sete políticos do PP implicados na Operação Lava Jato. São alvos do pedido da PGR os deputados Arthur Lira (AL), Mário Negromonte Jr. (BA), Luiz Fernando Faria (MG), José Otávio Germano (RS), Roberto Britto (BA) e os ex-deputados Mário Negromonte (BA) e João Alberto Pizzolatti (SC).
A denúncia foi oferecida num inquérito que, inicialmente, investiga Pizzolatti por ser beneficiário do esquema de propinas instalado na Petrobrás. A denúncia é sigilosa porque tem como base informações prestadas em acordos de delação premiada que ainda são mantidas em segredo no Supremo.
Todos os políticos denunciados são alvos de outros procedimentos já instaurados no STF no âmbito da Lava Jato. Eles são mencionados no inquérito conhecido como “quadrilhão”, que investiga parlamentares, ex-parlamentares e operadores do esquema. Pizzolatti é alvo de quatro inquéritos, Lira de três, Germano de dois e os demais de um inquérito.

PP na Lava JatoO PP é o partido com o maior número de políticos investigados no esquema de corrupção da Petrobrás – são 32 no total. Segundo as investigações, a legenda detinha o controle da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, um dos mais robustos focos da corrupção na estatal.

O engenheiro Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, foi indicado pelo PP para a Diretoria de Abastecimento. Para se manter no cargo, Costa direcionava a parlamentares do PP porcentual de contratos fraudados com as maiores empreiteiras do País.
Pizzolatti recebia vantagens ilícitas que eram diretamente pagas pelo doleiro Alberto Youssef. Em delação premiada, o doleiro disse que o ex-deputado catarinense fazia questão e retirar pessoalmente o dinheiro no escritório de Youssef em São Paulo para não pagar taxa de transporte de valores.

Na campanha de 2010 à Câmara, foram destinados R$ 5,5 milhões a Pizzolatti. As revelações foram feitas por Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, em delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF). Ceará prestava serviços para Youssef como entregador de dinheiro desviado da petroleira.

Negromonte, ex-ministro das Cidades, também foi citado por Youssef por ter ajudado a organizar repasses de propinas para o PT e o PP em um contrato no Denatran no período em que ocupava o cargo no Executivo. O filho dele, Negromonte Jr., foi incluído nas investigações em dezembro do ano passado.

VITIMA DE GOLPE FOI O POVO BRASILEIRO

“Isso tudo é um conjunto que, ao meu ver como eleitora e cidadã brasileira que estuda direito, nós fomos vítimas de um golpe”, afirmou Janaína, ao citar os discursos da presidente ao longo da campanha eleitoral de 2014. As declarações foram dadas ao longo de audiência pública ocorrida na comissão especial do impeachment, na Câmara dos Deputados.

Tanto Janaína quanto Miguel buscaram, durante quase uma hora de explicação, demonstrar os crimes contidos no processo. Militantes petistas levaram placas amarelas e verdes ao plenário com os dizeres: “Impeachment sem crime é golpe”. Por outro lado, parlamentares da oposição traziam placas vermelhas com a frase “Impeachment Já”.

Minervino Jr/CB/D.A Press


“A lei [de responsabilidade fiscal] proíbe, no artigo 36 que a União contraia empréstimos com entidades financeiras que sejam subordinadas. Aqui está o crime que tanto perguntam”, afirmou o jurista Miguel Reale.

Consequências

Miguel Reale tentou, em seu discurso, explicar supostas consequências que essas operações fiscais e de crédito teriam causado à economia brasileira. “Houve aumento de juros, processo inflacionário e retração da atividade econômica”, afirmou. “Está acontecendo o processo pior de todos da economia, que é a perda da estabilidade, sequestraram a nossa esperança”, avaliou

GOVERNO DO P.T. ESTÁ CAINDO DE PODRE


Ex-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que, ao lado vice-presidente da República, Michel Temer, foi um dos principais articuladores do desembarque da legenda, diz que a gestão petista está caindo de podre. Em entrevista ao Correio, evitou ao máximo falar de um eventual governo Temer, mas, nas entrelinhas, deixou evidente que os principais atores políticos do partido já começam a configurar a composição política de um novo mandato. “Eu acho que, se o Temer assumir, teremos mais condições de reconstruir uma base política com outro eixo, que não é o eixo do PT, e fazer uma mudança de rumo para o Brasil, mudança que o PMDB tem condições para fazer”. Perguntado sobre a participação do PSDB e até do PT, Jucá repete o mantra de que “Temer tem que governar com os melhores”.

Assim como outros caciques da legenda, o peemedebista teve o nome envolvido na Operação Lava-Jato. Questionado se um governo Temer também teria a agenda paralisada pela Lava-Jato, o peemedebista diz que não há previsão, mas que é melhor apostar em um novo cenário. Demonstrando certo desconforto, o senador afirma que não se pode usar a situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já virou réu em processo sobre o esquema de corrupção na Petrobras, para deslegitimar o processo de impeachment. “O PMDB não é Eduardo Cunha”. O senador ressalta que Temer, mesmo tendo assinado créditos suplementares no exercício da Presidência da República, não pode ser responsabilizado pelas pedaladas fiscais. “Vocês me desculpem, mas o Michel Temer não responde por isso”.


Minervino Junior/CB/D.A Press

GOVERNO DEMITE ALIADOS DO PMDB


De olho na votação do impeachment, a presidente Dilma Rousseff demitiu nesta quarta-feira, 30, o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Walter Gomes de Sousa, e o diretor da Companhia Nacional de Abastecimento, Rogério Abdalla. Ambos foram indicados pelo PMDB, partido que rompeu com o governo na última terça-feira. Ambas as exonerações estão publicadas na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União (DOU).

A direção do Dnocs é um dos cargos de segundo escalão mais cobiçados na região Nordeste. Sousa fora indicado para o posto pelo ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Na segunda-feira, Alves pediu exoneração do cargo de ministro do Turismo, o qual ocupava desde o ano passado.

A decisão foi tomada em sinal de apoio ao rompimento do partido. Até agora, porém, Alves foi o único dos sete ministros do PMDB a deixar o cargo. Como mostra reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira, alguns ministros do partido resistem a deixar seus postos, como é o caso de Katia Abreu, da Agricultura.

Em outra frente, Dilma negocia o espaço do PMDB no governo com os demais partidos da base - principalmente PP, PSD e PR - para evitar que essas siglas votem a favor do impeachment. Além da Conab e Dnocs, já houve mudanças na Funasa. Na semana passada, Antonio Pires foi demitido do cargo de presidente. Pires é ligado ao vice-presidente Michel Temer.

quarta-feira, 30 de março de 2016

P.R. QUER VOTAR A FAVOR DO IMPEACHMENT

Senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) na  Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)O ministro Antônio Carlos Rodrigues (Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado)
Os deputados do PR e a cúpula do partido travam uma queda de braço em torno do impeachment de Dilma Rousseff. A bancada tem pressionado os dirigentes a liberar o voto quando chegue a hora de analisar o afastamento da petista. Nessa hipótese, deputados calculam que o impedimento poderia ter o apoio de até 35 dos 40 parlamentares da legenda. Mas a cúpula do PR - leia-se Valdemar Costa Neto e o ministro Antônio Carlos Rodrigues, dos Transportes - têm resistido até o momento. Um membro da bancada calcula que, caso os dirigentes fechem questão em defesa do mandato de Dilma, o cenário seria bem mais favorável à petista, de pelo menos 20 votos pela sua permanência no cargo.

MANOBRA PARA SALVAR MANDATO DE EDUARDO CUNHA


A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, comandada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovou nesta terça-feira, 29, um projeto de resolução que altera a composição de comissões, inclusive o Conselho de Ética e a Comissão Especial do Impeachment, de acordo com a nova formação das legendas depois de encerrada a janela de trocas partidárias.
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A resolução 133/2016 prevê o recálculo da proporcionalidade partidária na Câmara após as migrações. A medida, que ainda precisa ser aprovada em plenário, atinge todas as comissões, inclusive aquelas em que os membros são eleitos, como o Conselho de Ética, que pode decidir pela cassação do mandato de Cunha.

Atualmente, 11 dos 21 votos do colegiado são contrários a Cunha. Três deputados que se opõem ao peemedebista trocaram de partidos e podem ser afetados pela resolução que, se aprovada em plenário, “produzirá efeitos imediatos sobre todos os órgãos da Câmara dos Deputados”. O texto prevê ainda a possibilidade de interrupção de mandatos em curso, caso dos membros do conselho. Trocaram de partido o presidente do colegiado, José Carlo Araújo, que foi do PSD para o PR, Fausto Pinato, que trocou o PRB pelo DEM e Ricardo Izar, que foi do PSD para o PP.

Partidos de oposição pretendem apresentar emenda para impedir alterações no Conselho de Ética. “Não aceitamos votar o projeto de resolução da forma como ele se encontra. Não aceitamos mudanças no Conselho de Ética. O conselho foi eleito. Não aceitamos qualquer mudança lá”, afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

Cunha disse entender que a resolução não atinge o Conselho de Ética porque o colegiado tem suas próprias regras. “Não é a interpretação que está se dando. Você está colocando aquilo que já está previsto no regimento. O Conselho de Ética tem um outro tipo de previsão expressa”, afirmou.

PMDB DESEMBARCA DA BASE ALIADA DO GOVERNO


Em menos de cinco minutos, o PMDB aprovou há pouco, por aclamação, a moção que ratifica o rompimento do partido com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a recomendação de entrega imediata dos cargos no governo federal. No encontro, na Câmara dos Deputados, estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido de impeachment contra Dilma, avaliado por uma comissão de parlamentares. No entanto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não participaram da reunião.
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Logo após abrir os trabalhos, o primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), leu a moção do peemedebista baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e informou que havia um entendimento que ela fosse aprovada por aclamação e simbólica, o que ocorreu em seguida. Após a comemoração dos presentes, um grupo gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá emendou. “A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”. Juca encerrou o encontro com um “Viva o Brasil” e membros do partido ainda tiveram tempo para entoar um “Fora PT”.
Apresentada pelo diretório estadual da Bahia, a moção que aprovou o desembarque do PMDB do governo pede a "imediata saída do partido da base de sustentação do governo Dilma Rousseff", com "imediata entrega de todos os cargos", mas não estabelece prazo para entrega desses postos.

Na moção, aprovada por aclamação em uma reunião que durou menos de cinco minutos, o partido defende o desembarque do governo Dilma Rousseff, elencando uma série de problemas. Entre eles, as crises "econômica, moral e política" que, na avaliação do diretório estadual baiano, o Brasil vive e as "escolhas erradas nas ações do governo federal".

A legenda também considera que, embora Michel Temer seja vice-presidente da República, o partido "nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o País". No documento, a legenda cita ainda "escândalos de corrupção" que tiveram participação de integrantes do governo, sem especificar que escândalos são esses.

Os peemedebistas afirmam que a "permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão do partido". Essa divisão ficou explícita na própria reunião de hoje. Peemedebistas da ala governista, como o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, não participaram do encontro.

Na moção, o PMDB considera ainda que a manutenção do partido na base aliada do governo Dilma Rousseff vai "de encontro à pretensão" da legenda de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018 e "principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional". O partido não cita a palavra impeachment no texto. "Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do governo federal com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da administração pública federal", conclui o texto da moção aprovada

MINISTROS DO PMDB DEIXARÃO EM BREVE O GOVERNO







Além de deixar o governo Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (29/3), o Diretório Nacional do PMDB decidiu que, a partir de agora, nenhum militante do partido poderá ocupar um cargo no governo. Dessa forma, seis políticos, que estão à frente de ministérios devem deixar as pastas o quanto antes, no entanto, não estabelece prazos.

O primeiro a já declarar que vai entregar a carta de demissão hoje é o ministro da Saúde Mauro Lopes. Uma das dúvidas que paira no partido é em relação a Kátia Abreu, que ocupa o Ministério da Agricultura, pois ela é amiga pessoal da presidente Dilma. Mais cedo, a ministra disse, em entrevista à CBN, que "fará uma avaliação do cenário e anunciará sua decisão".

Já Celso Pansera, que está na pasta de Ciência e Tecnologia, disse que deseja ficar no comando da pasta. "Vou votar contra o impeachment, acho que não existe ainda o fato que determina o impeachment, essa é uma batalha minha". Os ministros Helder Barbalho, dos ministro-chefe da Secretaria dos Portos, e Eduardo Braga, das Minas e Energia, e Marcelo Castro, da Saúde, ainda não se pronunciaram.

DILMA PODE RENUNCIAR ANTES DO JULGAMENTO.





A proposta de um acordo com Dilma para antecipar as eleições e evitar o impeachment mostra a existência de setores do PT que dão a derrota como certa e tentam uma saída
A decisão do PMDB de deixar o governo, tomada ontem, numa reunião que durou apenas três minutos, pôs um ponto final no casamento de conveniência da legenda com o PT, que durou 12 anos. Foi o sinal para que as demais legendas da coalizão de governo iniciassem um movimento semelhante, como é o caso do PP, do PTB e do PR. A situação mais esquizofrênica é a do PSD, cujo presidente, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, liberou a bancada para votar como quiser e permanece no ministério, numa das pastas mais importantes.
Hoje, a expectativa de poder já gravita em torno do anexo do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do vice-presidente Michel Temer. A essa altura do campeonato, o baixo clero da base do governo na Câmara já fez a baldeação para o impeachment, à revelia ou com apoio tácito de seus líderes. Dilma conta de verdade com o PT, enquanto for conveniente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com o PCdoB, que estreita sua relação com a presidente da República para ocupar mais espaços na Esplanada. O PDT ainda apoia Dilma, mas já tem seu próprio projeto: Ciro Gomes. A estratégia do Palácio do Planalto de distribuir os cargos ocupados pelo PMDB entre os pequenos partidos é de eficácia duvidosa. Temer pode trucar e prometer os cargos atualmente ocupados pelos petistas àqueles que apoiarem o impeachment.
Entre os partidos de esquerda, o PPS forma na primeira fila dos defensores do impeachment — ao lado do PSDB, do DEM e do Solidariedade — desde quando a propostas parecia inviável e sem apoio popular. O PSB recentemente decidiu apoiar o impeachment, sem subterfúgios, após se afastar definitivamente do governo. O primeiro deve apoiar o governo de transição de Michel Temer, talvez até dele fazer parte, se o vive assumir de fato. O segundo tende a se manter à distância regulamentar e tentar articular uma coalizão com Marina Silva, cujo partido, a Rede, deve ser abster na votação do impeachment. A mesma posição é adotada pelo PSOL, que se opõe ao impedimento com certa estridência e, por isso, é acusado de linha auxiliar do PT pelos demais partidos de oposição.
Parlamentares do PT, PSB, PSOL, Rede e até do PPS, porém, articulam uma proposta de acordo para antecipação das eleições, por meio de emenda constitucional, em troca da não-aprovação do impeachment de Dilma Rousseff. Marina Silva, seria a maior beneficiária da redução do mandato de Dilma e acompanha as conversas por meio do líder da bancada, Alexandre Molon(RJ), sem se comprometer com a proposta

IMPEACHMENT DE DILMA PODE SER VOTADO EM QUINZE DIAS


A comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o impeachment da presidente Dilma Rousseff ouvirá hoje os autores do pedido de afastamento da petista, os juristas Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal. Após entendimento do presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), com o relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), ficou acertado que o depoimento será na tarde de hoje, em sessão marcada para as 16h30. Governistas defendiam a oitiva para a próxima semana, a fim de aumentar os prazos do processo. De acordo com o calendário atual, a previsão é que o impeachment vá ao plenário em menos de 15 dias.

Com a notificação da presidente em 17 de março, está em andamento o prazo de 10 sessões plenárias para entrega da defesa da petista. Como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem convocado sessão de segunda a sexta-feira, a previsão é que essa etapa se encerre no próximo dia 4. A partir daí, Jovair tem até cinco sessões plenárias para entregar seu relatório, de forma que, em 11 de abril, o texto possa ser apreciado pela comissão. Independentemente do resultado, ele vai a plenário, onde precisa de 342 votos contrários a Dilma para que o processo siga para o Senado. 
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No dia seguinte à votação no colegiado, o resultado é publicado no Diário Oficial da Câmara e, após 48 horas, o texto é incluído na ordem do dia da sessão plenária seguinte, de acordo com o Artigo 218 do regimento da Câmara. O artigo 22 da Lei do Impeachment (Lei nº 1.079 de 1950) previa prazo de 10 dias para diligências durante a tramitação em plenário, mas esse trecho perdeu eficácia após o impeachment de Fernando Collor de Mello, devido a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) à época, de acordo com especialistas em regimento consultados pela reportagem.

Como cada partido tem direito a se expressar em plenário, a previsão de Cunha é que a votação se estenda por três dias. “A sessão de votação do impeachment não é uma sessão de um dia. Vai levar de dois a três dias. A Lei nº 1.079 fala que representantes de cada partido cada um falarão por uma hora. São 27 partidos”, afirmou. Ele lembrou ainda que parlamentares podem se inscrever para falar e que, a cada sessão, os líderes podem usar os tempos a que têm direito.

Depoimentos
Os depoimentos dos juristas na comissão têm objetivo de esclarecer, e eventuais denúncias contra a petista que não estejam no processo em tramitação não serão considerados. Em outra sessão, serão ouvidos o ministro da Fazenda e ex-titular do Planejamento Nelson Barbosa e o professor de direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Lodi Ribeiro, indicados pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Ele reivindicou, contudo, que os depoimentos só aconteçam após a entregue da defesa de Dilma, prevista para segunda-feira. “Esse debate só poderia ser realizado findas as 10 sessões (prazo de defesa de Dilma)”, defendeu. O petista estuda entrar com uma reclamação no Supremo devido à data.

“Ele tem o direito dele, só que a gente está cumprindo rigorosamente a decisão do Supremo, a Constituição e o regimento interno”, rebateu Rosso. Tanto ele quanto Jovair deixaram claro que não serão acrescentados novos fatos ao atual processo. “Nem a oitiva de amanhã (hoje) nem a de quinta-feira (dos indicados pelo governo) trarão nenhum fato novo para dentro do processo. É para clarear. Vão falar sobre orçamento, pedaladas, tanto a acusação quanto a defesa, como se fosse um tribunal”, afirmou o relator.

Durante a sessão, o deputado Julio Lopes (PP-RJ) criticou a presença de manifestantes contrários ao impeachment e acusaram deputados governistas, como a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de usarem funcionários da Câmara para esta função. “Pagos pelo contribuinte não têm o direito de estar aqui”, afirmou. “É um absurdo querer criminalizar a atuação de funcionários. Não tem desvio de função. Vossa Excelência também recebe (do contribuinte) e está cumprindo sua função”, rebateu Jandira.

segunda-feira, 28 de março de 2016

P.T. JÁ DISCUTE COMO ATUARÁ NA OPOSIÇÃO

 - Atualizado em 
Protesto a favor do ex-presidente Lula, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), na tarde desta sexta-feira (18)
Protesto a favor de Dilma e o ex-presidente Lula, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP)(Moacyr Lopes Junior/Folhapress)
O PT e os movimentos sociais e sindicais contrários ao impeachment não admitem publicamente que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é cada dia mais provável, mas já apontam o discurso caso o vice-presidente Michel Temer assuma o Planalto. Um dos pontos do discurso anti-Temer é o programa "Uma Ponte para o Futuro", apresentado pelo PMDB no ano passado, que propõe desvinculação de receitas orçamentárias da educação e saúde, mudanças na Previdência Social, entre outras medidas que desagradam a base petista. "Vai ser pior do que foi o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. O povo não vai aceitar retrocesso em direitos conquistados, como propõe o programa do PMDB", diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP).
O presidente do PT, Rui Falcão, disse na quinta-feira que uma eventual gestão Temer não trará de volta a estabilidade política. "Eles (movimentos sociais) vão à rua dizendo que não haverá estabilidade com o impeachment, estabilidade se faz com paz, com a possibilidade de o povo se organizar livremente e poder chegar às eleições de 2018 que é a data legítima para quem quer assumir o poder", afirmou o dirigente petista.
Líderes de movimentos que defendem a manutenção de Dilma, como o Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e CMP, também afirmaram nos últimos dias que vão para as ruas caso o peemedebista assuma o governo. Guilherme Boulos, do MTST, prometeu resistência nas ruas caso o impeachment seja aprovado, enquanto Gilmar Mauro, do MST, afirmou na sexta-feira que Temer "não terá um dia se sossego" se assumir a presidência. Na quinta-feira passada, a própria Dilma disse a correspondentes estrangeiros que o impeachment deixaria "cicatrizes" na democracia.
Além disso, os aliados de Dilma apostam na continuidade das investigações da Operação Lava Jato contra líderes importantes do PMDB, como Eduardo Cunha e Renan Calheiros, no processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na continuidade da crise econômica e nas divisões internas da oposição como fatores de desestabilização de um possível governo conduzido pelo atual vice.

ALIADOS DE TEMER ISOLAM GOVERNISTAS DO PMDB

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Animados com o apoio do PMDB do Rio e na expectativa da adesão de outros diretórios, os aliados do vice-presidente Michel Temer acreditam ser capazes não só de emplacar o rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff como de construir unidade na reunião do diretório nacional, marcada para amanhã. A tendência é de que os peemedebistas aprovem a entrega de cargos à presidente, a começar pelos sete ministérios que a sigla comanda.

Temer chegou ontem à noite a Brasília para uma série de reuniões em que tentará eliminar os focos de resistência governista. Para o vice-presidente, alcançar a unanimidade na reunião do diretório é importante como um sinal de que o PMDB está unido em torno dele e de seu eventual governo – o Planalto aposta na divisão do partido para barrar o processo de impeachment na Câmara. Temer cogita, inclusive, presidir o encontro se sentir que pode transformá-lo num ato político a favor de sua chegada ao comando do País.

Para evitar o constrangimento de um derrota acachapante, integrantes de diretórios governistas devem faltar à reunião. É o caso dos cinco representantes do PMDB paraense. O diretório é dominado pelo senador Jader Barbalho (PA), cujo filho, Helder, é ministro da Secretaria de Portos. Na semana passada, Jader tentou, sem sucesso, convencer Temer a adiar a reunião do diretório para 12 de abril. Governistas querem tentar ao menos adiar a entrega dos cargos para esta data.

Conversas. O primeiro nome da lista de conversas que Temer pretende ter hoje é o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quer convencê-lo a apoiar o rompimento imediato. No entanto, aliados do senador dizem acreditar que um acerto seria “muito difícil”. Até o fim da semana passada, Renan e demais setores da ala governista do PMDB preferiam ver “o governo cair de podre”.

Temer também deve reunir-se com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), outro peemedebista que considera “precipitado” o rompimento imediato, como disse em entrevista ao Estado publicada no sábado.

Interlocutores do vice acreditam que os ministros que hoje resistem a abrir mão do cargo mudarão de postura. Parte do PMDB cogita propor a expulsão de quem se recusar a entregar o cargo. Um aliado de Temer observa que, sem representar um partido, os ministros deixariam de ser úteis ao governo, pois teriam pouco poder de atrair votos na Câmara contra o impeachment.

Para o senador Romero Jucá (PMDB-RO), o Planalto mostrou não querer “membro do PMDB no governo” quando demitiu o presidente Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Antônio Henrique Pires, indicado por Temer. A exoneração, na quinta-feira, foi vista como retaliação pela tendência de rompimento do partido – o governo nega.

Discurso. A defesa da unidade em torno da decisão a ser tomada amanhã tem sido feita por diversos peemedebistas. “O ideal é que fosse por unanimidade. Vamos buscar isso até o último momento”, afirmou Jucá, que tem trânsito nas alas contra e a favor do rompimento

DILMA TENTA SEGURAR PARTIDOS DA BASE ALIADA AO GOVERNO

Presidente Dilma Rousseff participa de Encontro com Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia no Palácio do Planalto (Foto: Eraldo Peres/AP)
A rebeldia do PMDB, próximo de romper com o Planalto, está longe de ser a única preocupação de Dilma.O Planalto está apavorado com a altíssima infidelidade mapeada no PTB e PSD. 
Pulando o muro
O estímulo ao abandono do PSD vem do presidente do partido e ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A quem pergunta sobre a situação da legenda, Kassab diz serenamente: "Não vejo problema em ir para a oposição"

LULA ELOGIA A ATUAÇÃO DE CARDOSO NA AGU


José Cruz/Agencia Brasil - 3/3/16

Depois de pressionar pela saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a parlamentares do PT que "o rapaz" agora está "no lugar certo", à frente da Advocacia Geral da União (AGU). Um mês após a transferência de Cardozo para a AGU, Lula elogiou o antigo desafeto, que conseguiu uma vitória jurídica - ainda em caráter provisório - ao fazer com que o veredicto sobre sua nomeação para a Casa Civil deixe a alçada do juiz Sérgio Moro.

A expressão "o rapaz" foi usada por Lula numa conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal com o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. No diálogo, ocorrido na manhã de 1.º de março, Lula dizia que achava melhor não ir mais a Brasília naquele dia para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, como estava combinado, já que, na véspera, Cardozo havia saído da Justiça.

Wagner concordou ao lembrar que Dilma também se preocupara com a interpretação que seria dada ao encontro. "Depois vão dizer que ele (Lula) só veio aqui pra comemorar o bota fora (de Cardozo)", afirmou Wagner a Lula, repetindo palavras de Dilma. Três dias depois, o ex-presidente foi alvo de condução coercitiva da Polícia Federal, no rastro da Operação Aletheia

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PMDB QUER DESEMBARCAR DO GOVERNO UNIDO


A um dia da reunião que oficializará a posição do PMDB sobre a permanência no governo, o vice-presidente Michel Temer conduzirá conversas nesta segunda-feira para tentar unificar o partido em torno de um acordo sobre como será feito o desembarque da sigla, dado como certo. Ministros peemedebistas se reunirão com o objetivo de construir uma posição conjunta sobre como proceder diante da decisão do partido, já que defendem a permanência. Enquanto define a saída do governo, o PMDB trabalha na atualização do programa “Ponte para o futuro”, divulgado no ano passado, que traz um esboço das propostas do governo.

Evaristo Sá/AFP - 12/3/16
O vice-presidente chegou a Brasília na noite de ontem para conduzir as negociações. Temer viajaria a Portugal no início desta semana, mas cancelou a ida justamente para se dedicar aos ajustes finais da reunião. A intenção é ouvir os resistentes na busca de consenso. Até então, o governo e uma ala de peemedebistas trabalhavam para tentar adiar a reunião marcada para amanhã. O esforço, porém, não surtiu efeito. Diante da quase irreversível decisão do PMDB, ao chegar de viagem de Porto Alegre na noite de ontem, a presidente Dilma Rousseff reuniu ministros para avaliar o cenário e definir como agir

GOVERNO LIBERA EMENDAS PARLAMENTARES PARA EVITAR IMPEACHMENT


O governo quer esquecer o ajuste fiscal e liberar investimentos, emendas e acelerar a nomeação de cargos para tentar fidelizar a base de apoio na Câmara e impedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. PSD, PTB, PR, PDT e PP, legendas rebeldes, comandam, juntas, um orçamento de R$ 49,4 bilhões em seus ministérios. Somadas, as respectivas bancadas totalizam 160 deputados.

Andressa Anholete/AFP - 23/3/16


A conta é fria: o apoio de cada deputado destes partidos significa um desembolso de R$ 308,7 milhões por parlamentar.  Essa conta não inclui, obviamente, o PMDB e seus sete ministérios, pois a legenda vive a expectativa de poder com Michel Temer. Nem tampouco PT e PCdoB, legendas fechadas contra o afastamento da presidente.

O governo precisa, de fato, abrir o cofre. Para onde o Planalto se vira, há problemas. Na comissão do impeachment, que analisa neste momento o processo de afastamento da presidente, o governo tem, garantido, 32 dos 65 votos, uma conta na risca, já que o presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF) só vota se houver empate.

No plenário da Câmara, para barrar o processo de impeachment, o Planalto e seus articuladores calculam contar com 150 votos cristalizados. São necessários, ao menos, 171, para impedir o afastamento precoce de Dilma. A matemática tem sido cruel para os governistas. A estimativa é de que haja uma margem de 50 a 60 deputados ainda indecisos, maleáveis a possíveis argumentos. Na prática, isso significa que 90% dos 513 deputados já se decidiram pela permanência ou afastamento da presidente.

“Para respirar aliviada, Dilma teria de ter uma margem de 200 a 220 votos cristalizados, para evitar os riscos de uma votação aberta. Essa é a base aliada que persegue desde que foi reeleita em 2014 e que jamais conseguiu”, admitiu, desolado, um petista bom de conta. “Se formos para o plenário com 150 apoios, esse número despenca para 100. Mas se chegarmos com 200, podemos crescer para os 220. É o efeito manada”, disse o mesmo estrategista.

Se for derrotada na Câmara, Dilma ainda tenta contar com os senadores para preservar o mandato. Se o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) aceitar a abertura do processo encaminhada pelos deputados, automaticamente Dilma é afastada do cargo por até 180 dias. Renan já avisou que, ao contrário do que prometia em dezembro, não decidirá essa questão monocraticamente. Passará para o plenário da Casa. A oposição precisa de 54 votos para cassar a petista. Hoje, pelos cálculos dos próprios governistas, os adversários do Planalto já têm 41