terça-feira, 17 de abril de 2018

NA PRISÃO LULA SE DIZ TRANQUILO E INDIGNADO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta segunda-feira (16), através de seus advogados, a primeira mensagem pública nove dias após sua prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
"Estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado", diz a carta que a senadora Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), divulgou à noite.
Ela explicou ter recebido a carta das mãos dos advogados de Lula e que recebeu a recomendação de lê-la na vigília democrática nas imediações da PF.
"Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena", inicia a carta que parágrafo único.
Lula, que começou a cumprir pena de 12 anos e um mês de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, acrescentou no texto que continua "desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o [juiz federal de primeira instância que o condenou, Sérgio] Moro e a segunda instância [que confirmou a condenação e aumentou a pena] a provarem o crime que alegam que eu cometi".
"Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo", afirma o ex-presidente de 72 anos.
Além do acampamento que os seguidores de Lula montaram do lado de fora da Superintendência da PF, nesta segunda-feira foi registrado no litoral de São Paulo outro ato em apoio ao carismático ex-líder sindical.
Pela manhã, cerca de 30 membros do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo invadiram por algumas horas o tríplex no Guarujá, que é atribuído ao ex-presidente.
Os militantes entraram no apartamento e colaram cartazes na varanda contra a prisão de Lula, em 7 de abril.
"Não tem arrego. Ou solta o Lula ou não vai ter sossego", gritavam os militantes.
"É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão (...) Se o apartamento é do Lula, o povo foi convidado e pode ficar lá. Se não é do Lula, o Judiciário vai ter que explicar por que é que prenderam o Lula por conta desse tríplex", argumentou o coordenador do MTST e pré-candidato à Presidência Guilherme Boulos no Twitter.
Poucas horas depois, os militantes deixaram o apartamento após sofrerem ameaças de prisão da polícia, "numa ação arbitrária, sem ordem judicial", denunciou Boulos.
Gleisi Hoffmann disse à AFP que a invasão foi "um gesto político mesmo, que coloca em questionamento a tese do juiz Sérgio Moro de que o apartamento é do presidente Lula

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