sexta-feira, 5 de julho de 2019

EX MINISTRO DO P.T. SE DIZ ARREPENDIDO DA DELAÇÃO.

***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 05.12.2018: O senador Jaques Wagner (PT-BA). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
- Um dos principais aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Jaques Wagner (PT-BA) sugeriu nesta quinta-feira (4) que o empreiteiro Léo Pinheiro sofreu ameaças para escrever carta enviada com exclusividade à Folha de S.Paulo na qual o ex-executivo da OAS reitera acusações contra o petista.
No texto, Léo Pinheiro rechaça a possibilidade de ter adaptado suas declarações sobre o apartamento tríplex em Guarujá (SP) para que seu acordo de delação premiada fosse aceito pela Lava Jato.
Reportagem da Folha de S.Paulo produzida a partir de mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil mostrou que o empreiteiro só passou a ser considerado merecedor de crédito na Lava Jato após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento que a empresa afirmou ter reformado para Lula. Seu testemunho foi peça chave para a condenação do petista por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesta quinta, Wagner lamentou ter participado da aprovação da lei que instituiu a delação premiada, sancionada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"Hoje, sou obrigado a dizer que me arrependo de ter contribuído, porque nós não fomos, na minha opinião, no detalhe", afirmou, sem especificar o que poderia ter sido aprimorado.
Para ele, Pinheiro escreveu o documento sob ameaça. "A carta, para mim, chega a ser risível. Porque a carta alguém deve ter dito 'ou você escreve a carta, ou você não terá o benefício de eventual redução de pena'."
"Na verdade, eu não tenho provas, mas imagino...eu conheço o Léo Pinheiro. O que ele deve ter passado lá dentro. Não sei que tipo de ameaças que ele recebeu", continuou o senador e ex-governador da Bahia. "É impossível você falar de uma contribuição livre e espontânea de alguém que está preso."
Outros petistas também apoiaram Lula. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente nacional do partido, tachou a carta de "recurso desesperado de quem não teve a delação premiada." A colaboração do empreiteiro ainda aguarda homologação pela procuradoria-geral da República. 
Colegas de Wagner no Senado, no entanto, saíram em defesa do instituto da delação.
"Não podemos, a despeito de excessos que tenham havido, criminalizar o que a Lava Jato avançou no Brasil", disse o líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

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