Após toda a polêmica envolvendo governo e Congresso, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) disse nesta quinta-feira (30) que está em estudo pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) a transformação do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em uma agência. Ela já tem até nome, Anif (Agência Nacional de Investigação Financeira).
Nos últimos dias, o governo Jair Bolsonaro (PSL) e o Legislativo travaram uma desgastante batalha para definir se o Coaf ficaria na alçada do Ministério da Justiça, de Sergio Moro, ou do Ministério da Economia, de Paulo Guedes.
Na medida provisória editada por Bolsonaro em 1º de janeiro, ele tirou o órgão da área econômica e o levou para a Justiça.
No Congresso, uma comissão mista de deputados e senadores reverteu essa decisão, alocando o Coaf no Ministério da Economia e, consequentemente, enfraquecendo Moro. A medida, capitaneada pelo grupo de partidos conhecido como centrão, foi confirmada pela Câmara e pelo Senado.
Pressionado pelas manifestações de domingo (26), um grupo de senadores ainda se mobilizou para devolver o órgão a Moro. A alteração, no entanto, exigiria que a MP voltasse à Câmara, o que poderia fazer com que a medida provisória expirasse, o que derrubaria o enxugamento da Esplanada de 29 para 22 ministérios.
O próprio presidente Bolsonaro começou a apelar aos parlamentares que deixassem o Coaf com Guedes para evitar que toda sua estrutura administrativa fosse desfeita.
"A ideia de levar para o Ministério da Justiça surgiu por proposição minha, na transição, porque, desde 2006, eu defendo, por orientação da Transparência Internacional, a criação de uma Anif [Agência Nacional de Investigação Financeira] para fazer aquilo que o Brasil nunca fez: prevenção, cruzar dados", disse Onyx nesta quinta, dois dias após a MP ser aprovada pelo Congresso.
Onyx minimizou a saída do Coaf do guarda-chuva de Moro e disse que "cabe ao governo acatar" a decisão do Congresso. "O Brasil fez a investigação do mensalão e do petrolão com o Coaf no Ministério da Fazenda. Se nós olharmos os principais países do mundo, o Coaf ou órgãos assemelhados estão juntos aos Bancos Centrais desses países. São raros os casos em que estão próximos à Polícia Federal ou coisas análogas a isso", disse o ministro.
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