terça-feira, 9 de dezembro de 2014

FALTOSOS NO CONGRESSO SÃO MAIS DE 23 POR CENTO

Uma parcela dos 513 parlamentares decidiu abandonar as sessões de votação na Câmara dos Deputados após o recesso de julho. Os próprios parlamentares estimam que cerca de 40% dos políticos deixaram de comparecer às atividades nos últimos quatro meses desmotivados pela perda de novo mandato para a próxima legislatura ou porque conquistaram outro cargo eletivo nos estados. O deputado André Vargas, sem partido, lidera o ranking dos gazeteiros. No geral, o índice de faltas não justificadas após o recesso branco de julho aumentou 22%, saltando dos 6.063 para 7.441. Se comparado com a legislatura anterior, o número da gazeta não justificada na gestão presidida primeiramente por Marco Maia (PT-RS) e depois por Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) já é 39% maior. Na contramão, a relação de dias de sessões deliberativas ficou 9% menor.

Novo levantamento do Correio revela que os congressistas tiveram 422 dias de sessões, de 2007 a 2010, contra 382 de 2011 a 4 de dezembro deste ano. Apesar do ritmo mais lento devido à Copa do Mundo e às eleições, os parlamentares recebem pelas 27 mil faltas justificadas. Só as 7 mil sem motivo aceito pela Casa não são remuneradas.

Primeiro do ranking de mais faltosos no período, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) fugiu das sessões deliberativas no Congresso evitando encarar os colegas e a imprensa enquanto tramitava no Conselho de Ética o processo que investigava a relação dele com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Desde o início de agosto, foram 22 sessões. Vargas se ausentou de 14 delas. Em outras, aparecia rapidamente no plenário, marcava presença e saía de novo.

Ele era vice-presidente da Mesa Diretora, abaixo apenas do presidente Henrique Eduardo Alves, quando denúncias de ter viajado com a família em um jatinho pago pelo doleiro o derrubaram do posto. Em 20 de agosto, por unânimes 11 votos, o Conselho de Ética aprovou o parecer de cassação do deputado. O processo, porém, ainda não chegou ao plenário. Perdeu-se um tempo na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e pode entrar na pauta de amanhã (terça-feira). Procurados, nem Vargas nem o advogado dele, Michel Saliba, retornaram às ligações.

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