'EU SEI O QUE FIZ' – João Vaccari Neto, bancário, tesoureiro do PT, ex-presidente da Bancoop, em 2010. (Lula Marques/Folha Imagem/Folhapress/VEJA)
Há um mês, na reta final das eleições, o país assistiu estarrecido às revelações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que àquela altura, depois de cumprir seis meses de cadeia, decidira delatar à Justiça como funcionava o maior esquema de desvio de recursos já arquitetado no Brasil para abastecer políticos do PT, PP e PMDB, os três partidos que sustentaram os governos Dilma Rousseff e do seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, nenhum outro depoimento foi tão revelador sobre a engrenagem da trama criminosa montada para sangrar a Petrobras quanto a fala do executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal, fornecedora da petroleira.
Em troca de um possível perdão judicial, Mendonça contou como sua empresa destinou cerca de 4 milhões de reais para o caixa do Partido dos Trabalhadores. Detalhe: em repasses oficiais, declarados, ou "por dentro", no jargão usado por políticos corruptos que conhecem bem o caminho alternativo. Segundo o executivo, o dinheiro chegou ao PT de 2008 a 2011, após um acerto feito diretamente com o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, na sede do partido em São Paulo
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