domingo, 20 de agosto de 2017

RECEBEU EMPRÉSTIMOS DA CAIXA APÓS PAGAR PROPINA

Marcos Molina (Foto: Marcelo Min / Editora Globo)
O empresário Marcos Molina, fundador da Marfrig, segunda maior fabricante de alimentos à base de carne do Brasil e terceira do mundo, revelou à Polícia Federal que obteve a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal após fazer pagamentos ao operador Lúcio Bolonha Funaro, que cobrava propina das empresas interessadas em verba do banco público. Desde que tiveram início as investigações sobre corrupção no banco estatal, é a primeira vez que um empresário admite, sem acordo de delação premiada, uma relação entre pagamentos a Funaro e empréstimos do banco.
O depoimento de Molina, prestado à PF no último dia 4, em Brasília, revela os obscuros bastidores relacionados a decisões de um banco público que deveria funcionar apenas pautado por critérios técnicos. O empresário admitiu ter feito dois pagamentos a uma empresa de Funaro, a Viscaya, ambos em agosto de 2012, no valor total de R$ 617 mil, devido à sua influência na liberação de um empréstimo de R$ 350 milhões da Caixa. O crédito precisava do aval do então vice-presidente de Pessoa Jurídica, Geddel Vieira Lima (PMDB), que é investigado sob suspeita de receber propina em troca de beneficiar empresários. Em seu depoimento, ele não usa a palavra “propina”, mas o relato é avaliado por investigadores como uma confirmação dos pagamentos de vantagens indevidas para Funaro resolver as pendências da empresa junto ao banco público.

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