quinta-feira, 29 de agosto de 2019

AS DELAÇÕES DE ANTONIO PALOCCI À POLICIA FEDERAL.

***ARQUIVO***SÃO PAULO, SP, 26.09.2016: O ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci (PT) deixa a sede da Policia Federal em São Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)
- O ex-ministro Antonio Palocci foi preso em setembro de 2016 em um braço da Operação Lava Jato batizado como Omertà, um termo napolitano que define o código de honra das organizações mafiosas do sul da Itália.
A Lava Jato comparava, assim, os petistas aos mafiosos, que cobravam de seus comparsas silêncio após uma eventual captura. Mais tarde, com a revelação de troca de mensagens de Telegram entre procuradores, obtidas pelo site The Intercept Brasil, a relação ficou explícita.
A expressão aparece num dos diálogos em que procuradores comentam o que eles consideravam fragilidade da delação do ex-ministro. Eles apontam que até o então juiz Sergio Moro usava a palavra omertà para se referir ao silêncio dos petistas.
"Russo [apelido de Moro na força-tarefa] comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omertà petista", disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do aplicativo em 25 de setembro daquele ano.
Moro tinha dúvidas sobre as provas apresentadas por Palocci, segundo os diálogos, mas resolveu dar publicidade a trechos da delação na véspera da eleição presidencial de 2018.
Palocci não conseguiu fechar um acordo delação premiada com a Procuradoria, que justificou falta de provas. Mas a colaboração foi aceita pela Polícia Federal e homologada no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
O ex-ministro saiu da prisão em novembro de 2018. Ficou estipulado que ele pagaria uma multa de R$ 37 milhões à Lava Jato.
O acordo do ex-ministro estava sob segredo de Justiça, mas o resumo do que ele disse aos investigadores veio a público após o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), decretar a redistribuição das investigações do que foi revelado por Palocci. Há no documento um pequeno resumo das histórias contadas por ele.
Palocci relata em 23 capítulos pagamentos de propina e negócios ilícitos com as maiores empreiteiras do país, bancos, empresa de seguros, rede de supermercados, mineradora, empresas do setor alimentício.Os beneficiários da propina, segundo o ex-ministro, foram partidos políticos, sobretudo o PT, que expulsou Palocci quando ele negociou delação

Nenhum comentário:

Postar um comentário