Lideranças do PSDB afirmam que o deputado federal Aécio Neves (MG) tinha até esta sexta-feira (16) para formalizar seu pedido de licença do partido até a conclusão da investigação sobre ele na Justiça Federal de São Paulo. No entanto, ele recusou o prazo, e a cúpula agora admite dar início ao processo de expulsão.
Aécio é réu por corrupção e obstrução de justiça na Operação Lava Jato. O empresário Joesley Batista afirma que, em 2017, pagou R$ 2 milhões de propina ao deputado e à irmã. Agora sob o comando de Bruno Araujo (PE), o PSDB trabalha para afastar políticos investigados e “blindar” uma possível candidatura de João Doria à presidência em 2022. O governador de São Paulo defende uma “faxina ética” no partido, a começar pelo deputado.
“Essa é uma decisão do diretório nacional, mas entendo que, por bom senso, seria um gesto positivo e grandioso do deputado Aécio Neves pedir a sua licença do PSDB para que possa se defender confiando na Justiça e em sua inocência. Isso evitaria um processo no PSDB que sempre pode provocar desconfortos e dissabores a ele”, disse Doria ao Estadão.
À repórter Andréia Sadi, da GloboNews, líderes do partido contam que procuraram Aécio Neves nos últimos dias e deram o prazo para ele se licenciar como uma forma de evitar uma “saída traumática”. Agora que o mineiro ofereceu resistência, os diretórios devem cobrar a sua saída antes mesmo da conclusão do processo de expulsão.
As lideranças do partido devem se reunir na próxima semana para decidir o futuro do deputado na sigla.
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