segunda-feira, 19 de agosto de 2019

GOVERNO NEGOCIA COM O SENADO APROVAÇÃO DE EDUARDO BOLSNARO.


ASSOCIATED PRESS
Custará caro ao presidente a aprovação de Eduardo Bolsonaro à embaixada nos EUA.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem andado com duas planilhas embaixo dos braços nas últimas semanas. Em uma, contabiliza os senadores que prometem votar a favor da indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada dos Estados Unidos. Na outra, seleciona cargos em aberto ou por vagar para distribuir a aliados, numa “troca de favores”. Na mira, órgãos do governo federal cujo orçamento de 2019 soma quase R$ 2,5 bilhões. Até a votação do nome de Eduardo no plenário, ainda sem data prevista (a mensagem presidencial oficializando o nome nem sequer chegou ao Senado), esse número pode aumentar.
Assim é o “jogo político”. Aquele tão rejeitado pelo presidente Jair Bolsonaro e agora colocado em prática, em sua plenitude, para o que se tornou a maior prioridade do presidente neste momento — ver o filho 03 no maior cargo da diplomacia brasileira. Mas Jair não quer apenas passar o nome, mas também avalizar com uma maioria “robusta”, para “mostrar sua força”. De acordo com pessoas próximas do chefe do Executivo, isso passou à frente até da vontade de aprovar a Previdência no Senado.
Mas pode sair bem caro ao presidente romper as resistências que a situação “peculiar” e “inédita” criou — um presidente indicando o filho ao cargo, rompendo com uma tradição que se consolidou no Itamaraty de colocar na embaixada do Brasil em Washington diplomatas de carreira, o que não é o caso de Eduardo. Em negociação estão, especialmente, agências reguladoras e cargos de destaque em superintendências e órgãos da União nos estados. Acordos a respeito vêm sendo costurados em conversas pelos corredores, gabinetes, ao pé do ouvido, em reuniões de fachada ou secretas.

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