terça-feira, 13 de setembro de 2016

CÂMARA CASSA MANDATO DE DEPUTADO EDUARDO CUNHA




O agora ex-deputado, que está inelegível até 2027, prometeu escrever um livro contanto todos os bastidores do impeachment de Dilma Rousseff, incluindo conversas com diversos agentes públicos e políticos. Negou que vá fazer delação premiada, como tem sido ventilado, há tempos, por aliados. “Só faz delação quem é criminoso e eu não cometi crime nenhum.” Cunha citou nominalmente o secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco, como um dos seus desafetos. “Ele é sogro de Rodrigo Maia”, lembrou. Questionado se era uma ameaça ao Planalto, o peemedebista foi lacônico. “Eu não sou homem de fazer ameaças veladas”, pontuou. Rodrigo Maia não participou da votação, conforme previsto no Artigo 17 do Regimento Interno da Câmara.

Cunha disse ter sido alvo de vingança do PT e reclamou, também, do fato de a votação de ter sido marcada para ontem. “Diziam que estavam me protegendo por ter marcado a sessão para depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma. Mas ela aconteceu em uma semana solta, a 15 dias das eleições. Com um plenário onde temos 50 candidatos a prefeito e outros tantos apoiando amigos e familiares, o resultado não poderia ser outro”, afirmou.

O peemedebista também ironizou a decisão de Rodrigo Maia de não ter aceitado o requerimento apresentado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que deixava uma brecha para um abrandamento da pena. “Curiosamente, o Senado fatiou o impeachment da ex-presidente Dilma com base em um artigo da Câmara. E Maia, que preside a Casa, recusou-se a aceitar o pedido”. Duas questões de ordem foram apresentadas.

Conforme já havia sido combinado, Marun pediu a votação um projeto de resolução, que, passível de emendas, permitiria a sugestão de uma pena mais branda a Cunha, como a suspensão do mandato. Maia recusou a questão e Marun entrou com recurso pedindo efeito suspensivo, que poderia retardar ainda mais o processo, mas não teve o apoio de nem um terço do plenário para colocar a proposta em análise

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