quinta-feira, 22 de setembro de 2016

GUIDO MANTEGA EX MINISTRO DA FAZENDA É PRESO NA OPERAÇÃO LAVA JATO


 Breno Fortes/CB/D.A Press

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso, na manhã desta quinta-feira (22/9), na 34ª fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Arquivo X. Mantega foi localizado pelos policiais no hospital Albert Einsten, em São Paulo, acompanhando a mulher que faria cirurgia. Equipes da Polícia Federal cumprem hoje 49 mandados judiciais em cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. Os crimes investigados são de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Para os investigadores, em 2012 Mantega atuou diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político da base aliada da então presidente Dilma Rousseff. “Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido”, afirma a Polícia Federal. O empresário do grupo OSX, Eike Batista, disse que foi procurado em 2012 por Mantega para fazer um contrato falso a fim de repassar R$ 5 milhões “no interesse” do PT, segundo a Procuradoria da República no Paraná. O pagamento realizado foi de US$ 2,35 milhões, mas no exterior em nome de publicitários que já são alvo da Lava-Jato.

Parte dos repasses ilegais identificados na operação de hoje beneficiou firma ligada ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, aponta o Ministério Público Federal (MPF).

A polícia bateu à casa de Mantega para cumprir um mandado de busca e apreensão e outro de prisão temporária, por cinco dias. Mas o ex-ministro não estava na residência, apenas um menor de idade e uma empregada, segundo fontes ouvidas pelo Correio. O advogado dele, José Roberto Batocchio, disse ao jornal que ainda está tomando pé da situação.

No total, a Polícia Federal cumpre 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e 8 de condução coercitiva. Além do ex-ministro, que atuou nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, a Lava-Jato mira executivos da construtora Mendes Júnior e do estaleiro OSX Construção Naval S.A – a firma do empresário Eike Batista foi alvo de buscas hoje, mas ele não, segundo apurou o jornal. Os investigadores ainda apuram as atividades de representantes de firmas usadas pela empreiteira e pelo estaleiro para repasses de propinas. As ordens foram determinadas pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. São cerca de 180 policiais e 30 auditores da Receita envolvidos na Operação Arquivo X, uma referência às empresas de Eike, que costumam usar o símbolo de multiplicação em seus nomes
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário