quarta-feira, 14 de setembro de 2016

RENAN CALHEIROS: AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE

Um dia após a cassação de Eduardo Cunha (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), buscou se distanciar da imagem do ex-presidente da Câmara. “Afasta de mim esse cálice”, brincou o senador, ao rebater o comentário de Cunha de que as denúncias envolvendo parlamentares teriam um tratamento diferenciado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tem uma denúncia contra o presidente do Senado Federal há três anos e seis meses e não acontece nada”, disse Cunha, ao afirmar que a denúncia contra ele foi aceita de maneira mais célere do que o normal pelo STF. Cunha é réu em dois processos no Supremo e  alvo de investigação em outras sete frentes. Já Renan não é réu, mas é investigado em doze inquéritos na Suprema Corte.
Apesar de serem correligionários, eles fazem parte de alas diferentes dentro do PMDB. “Eu não quero de forma nenhuma falar sobre isso (cassação de Cunha), mas quem planta vento colhe tempestade, isso é uma lei da natureza”, comentou o presidente do Senado. “Não sou especialista em Cunha, não gostaria nem de falar sobre isso. Afasta esse cálice de mim”, reforçou, citando refrão de Chico Buarque – que esteve no Senado para acompanhar a defesa de Dilma Rousseff, desafeto de Cunha, no processo de impeachment.
Renan considera que a agenda do Congresso vai melhorar com o afastamento de Cunha e a gestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Do ponto de vista da agenda as coisas vão melhorar”, avaliou. Ele está otimista em relação às mudanças aprovadas nesta terça-feira 13, pela Comissão e Constituição e Justiça do Senado (CCJ), a respeito da cláusula de desempenho e fim das coligações. “Com o Rodrigo Maia vamos ter condições de que essa reforma possa ser aprovada (também) na Câmara.”

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