sexta-feira, 9 de setembro de 2016

GOVERNO TEMER NÃO TERÁ MANOBRAS NA ECONOMIA

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e Dyogo de Oliveira (Planejamento), durante entrevista (Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo,Dyogo de Oliveira)
Nos últimos anos, deixou de ser possível compensar o avanço do gasto com o aumento da carga de tributos ou com a arrecadação reforçada pelo crescimento econômico (fatores que facilitaram a Fernando Henrique e a Lula fechar as contas). O problema se intensificou com mais escolhas erradas da gestão de Dilma.
Ela fez desonerações fiscais para setores selecionados – o que diminuiu o recolhimento de impostos sem obter, em troca, crescimento. Tentou limitar o lucro de empresas privadas interessadas em assumir concessões – o que desanimou investidores. Insistiu em políticas de estímulo ao consumo, desacompanhadas de reformas que incentivassem a produção – o que fez avançar a inflação e os juros. E conteve na marra os preços de serviços de empresas estatais – o que só represou, por pouco tempo, a inflação. Em seu mandato, Dilma não pôde mais contar com dois fatores que aqueceram a economia em anos anteriores. Nenhum dos dois deveria tê-la surpreendido.
O primeiro fator a desaparecer foi a voracidade global pelos produtos básicos que o Brasil exporta. Ao longo do governo Lula, o crescimento da China surpreendia e elevava os preços da soja e do minério de ferro que o Brasil vende. Elevava também o preço do petróleo, justificando o otimismo os megaprojetos no pré-sal. O crescimento global desacelerou e a China mais ainda. Os preços das matérias-primas caíram. Não existe mais a crise internacional com que Dilma tenta justificar seu fracasso. A economia global, porém, deixou de servir de motor para o Brasil.

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