quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O HOMEM MAIS TEMIDO DE BRASÍLIA

Em seu primeiro dia como ex-deputado, Eduardo Cunha agiu como o Eduardo Cunha presidente da Câmara. Horas depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros, seu colega de PMDB, resumiu a cassação do ex-deputado com a frase “quem planta vento colhe tempestade”, Cunha emitiu uma nota para contra-atacar, com ironia e tom de ameaça. “Acreditando na sua inocência, espero que os ventos que nele chegam através de mais de uma dezena de delatores e inquéritos no STF, incluindo Sérgio Machado, não se transformem em tempestade”, disse. Cunha foi obrigado a sair da Câmara, mas o estilo áspero de presidir a Câmara não saiu de sua cabeça. 
Eduardo Cunha ex-presidente  da Câmara (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Cunha joga com o medo e com os segredos. Nas derradeiras horas antes de sua cassação, ao perceber a debandada de aliados, adotou uma postura mais agressiva. Distribuiu algumas ameaças, o que fez até o Palácio do Planalto abandoná-lo. O futuro próximo será assim: colegas de PMDB, o Planalto e muitos aliados na Câmara viverão temerosos com o que Cunha pode revelar sobre arrecadação de campanhas eleitorais, petrolão, barganhas de cargos no governo e na Câmara, enfim, fatos constrangedores da política. 
Eduardo Cunha deixou a Câmara dos deputados nos primeiros minutos da madrugada desta terça-feira (13), por uma porta lateral. Acusado de mentir aos colegas em um depoimento na CPI da Petrobras, o peemedebista ainda pode manter alguns benefícios que são concedidos a ex-integrantes da Câmara. A direção da Casa vai decidir nos próximos dias se Cunha poderá ter acesso ao departamento médico, ao plano de saúde de ex-deputados e à aposentadoria dos congressistas

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